domingo, 28 de dezembro de 2008

Calor

JÁ TINHA ME ESQUECIDO DE COMO É QUENTE POR AQUI. Quando morei em Natal, tinha um carro sem ar-condicionado e isso era uma coisa marcante, inesquecível. Hoje, depois de dois dias de praia, aceitei o convite para ir ao shopping.
Vi muita gente aparentemente não consumindo nada, mas circulando alegremente. Entrei numa loja de esportes e, para minha surpresa, encontrei material para montanhismo, roupas de neve, agasalhos etc.
Procurei um frisbee em todas as lojas e ninguém tinha um para vender.
Muito estranho...
Mas acho que descobri por que, em pleno domingo, o shopping estava lotado. Todo mundo curtindo o ar-condicionado que, realmente, era muito bom!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A sacola no aeroporto

Estava esperando o chamado do vôo para Natal. Quando chegamos (éramos 6 pessoas), notamos uma sacola esquecida da Kopenhagen em uma cadeira no aeroporto. Logo em seguida, chegaram outras pessoas e todas, obviamente, notaram o objeto esquecido. Se fosse em outro país, poderia ser uma bomba esquecida, mas, no Brasil, seria, no máximo, uma bomba de chocolate. Todos se entreolhavam, salivavam, mas ninguém tinha coragem de mexer na sacola...
Assim que chamaram para o embarque, retardei a minha reação e, como fui o último a me levantar, num misto de cara de pau e coragem, resolvi abrir a sacola. Dois panetones, uma revista de fofocas dos artistas da TV e um papel com o número de um vôo que já havia decolado há duas horas.
Meu dilema moral foi fácil: não dava para devolver para o dono e era um produto perecível que não ia parar nas mãos - ou no estômago - dos funcionários da INFRAERO. 
Acabo de provar o panetone e achei um pouco enjoativo: chocolate demais...
Achado não é roubado, desde que bem degustado, ainda mais quando o dono é relaxado. Onde já se viu alguém se esquecer de produtos da Kopenhagen!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Ano de 360 dias

Essa história de ano de 365 dias é muito estranha. Prefiro números mais redondos: por que não 360 dias?
Não adianta argumentar que depende dos astros, pois é só fazer uma adaptação matemática e converter o que for preciso - já não temos horário de verão e ano bissexto?
Agora vamos às vantagens! 
Poderíamos fazer uma grande festa de Natal e Ano Novo juntos, onde se comeria dobrado e se engordaria pela metade (sou otimista!)...
A ressaca seria uma só!
Teríamos só um recesso - não existiria aquele mal-estar no trabalho na divisão dos recessos, onde uns querem o recesso do Natal, uns o do Ano Novo e, os mais espertos, os dois...
Entre o Natal e o Ano Novo, existe uma enorme falta de assunto e nada acontece - os jornais, revistas, televisão e internet só fazem retrospectivas... 
Até o trânsito fica hipocritamente bom e vira um referencial desleal...
E, pra falar a verdade, desde segunda-feira, estou sentindo um clima de "já acabou o ano" que está me dando uma preguiça enorme. Não consigo mais correr, ir para a academia ou tomar refrigerante diet. E, ainda por cima, infelizmente, resolvi me pesar (depois de 3 semanas) e constatei que há um quilo a mais que só poderá ser atacado no ano que vem. Sem falar nos que se juntarão até lá!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Barraco do Bonsai

De vez em quando, temos (ou pelo menos eu tenho) momentos de profunda insanidade e descontrole. Quando é dirigindo, até dá para justificar, pois o trânsito é violento e coisa e tal...
Desde uma certa ocasião, quando tentei ter um Bonsai - aquela plantinha japonesa atrofiada - passei a respeitar mais minhas energias...
Comprei um Bonsai, num momento zen-budista, com a melhor das intenções. A vendedora, muito atenciosa, me explicou a base do negócio e me garantiu:
- Faça como estou explicando e não terá dificuldades. E, se algo não correr bem, traga aqui que eu troco a planta...
- Legal.
Uma semana depois, uma trabalheira enorme, todas as recomendações seguidas, a porcaria da planta parecia xepa... Resolvi voltar à loja:
- Oi! Lembra de mim? Continuo o mesmo, mas o Bonsai...
- É. Muito ruim, né?
- É. Vim trocá-lo por um modelo mais fácil de operar. Talvez uma versão mais básica...
- Sinto muito. Ou você deixa aqui no hospital ou nada feito...
Olhei para o tal hospital e vi centenas de Bonsais doentes - parecia um campo de concentração nazista...
- Mas você não falou que trocaria por outro?
- Veja bem...
- Estou vendo que você não vai trocar...
- Isso mesmo! Você pega rápido!
Não quis discutir. Joguei o Bonsai com toda a força no chão, quebrando o vaso com vontade!
- Você não pode fazer isso!
- Posso sim! É meu e você não o quer de volta!
E, num instante de insanidade, olhei para a parede atrás do balcão, branca, e atirei o vaso quebrado com vontade. Ficou lindo! Parecia um quadro modernista: fundo branco e desenho marrom escorrendo...
- Bla! Blá! Blá!
Virei as costas e nunca mais voltei àquela loja de plantas e nem posso ouvir falar no tal do Bonsai! Agora, só se for virtual!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Comprei uma árvore

Analisando a vista da varanda do meu apartamento, constatei que existe um lugar onde falta uma árvore, mais ou menos como uma boca faltando um dente da frente. Resolvi tapar o buraco: fui até um viveiro de plantas distante uns 15 km, comprei uma muda de árvore parecida com as que existem por perto, mas antes tirei algumas dúvidas com o vendedor:
- Cresce rápido?
- Cresce.
- Resiste bem às intempéries?
- Resiste.
- Então escolhe a muda mais forte, tá?
O vendedor então pegou uma muda pelo caule, deu uma balançada como quem segura uma galinha caipira na feira, e disse:
- Olha como está forte!
- Aham!
Na verdade, achei todas bem magrinhas...
Paguei e a coloquei no carro. Tive que parar no caminho, pois a muda simplesmente girava nas curvas...
Ao chegar, procurei o jardineiro da quadra e, mediante uma pequena quantia, fui poupado do trabalho de fazer o buraco e replantar a árvore.
Agora, todos os dias, dou uma olhadinha na minha árvore. Fico apreensivo com as formigas e com o vento, já que ela balança bastante. Com a água, sem problemas, pois desde que a plantei, não pára de chover...
Mas, já que só comprei a árvore e paguei ao jardineiro para replantá-la, será que, tecnicamente, posso dizer que plantei uma árvore?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O mistério alimentar da minha amiga "M"

Tudo quase pronto para o jantar de confraternização com meus amigos hoje (sexta-feira). O evento ia ser num restaurante de carnes de caça, onde eu esperava comer uma carnezinha de jacaré para ratificar a lei da natureza que "é melhor comer do que ser comido"...
Na antevéspera, o meu amigo que organizava o jantar avisou:
- Mwho, não vai dar pra ser lá no restaurante de caças, pois a "M" pediu...
Puxa, fiquei triste. Não quis perguntar mais para não ter notícias ruins. A "M" é das amigas mais animadas, eclética, ótima companhia, principalmente quando o assunto é gastronomia aplicada. Fiquei uma noite sem dormir, preocupado, achando que ela teria entrado para alguma seita que exigisse algum rigor alimentar rígido. Ou teria ela algum problema de saúde, talvez colesterol alto, que a impedisse de aproveitar essas coisas boas da vida...
No dia seguinte, meu amigo organizador me esclarece a dúvida:
- Mwho, a "M" pediu que fosse em outro restaurante porque ela já vai lá no sábado!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A balançada da galinha gorda

Já faz alguns anos que morei numa cidade do nordeste. Boas lembranças e algumas histórias...
Certa vez, ganhei um presente do vigia noturno do meu prédio, que era um senhor bem velhinho, muito simpático, com o qual eu todos os dias conversava um pouco depois de chegar do trabalho...
- Tenho um presente para o senhor!
- Ora, não precisava...
Pois o velhinho segurava uma galinha caipira viva amarrada pelos pés e a balançava como quem a estava pesando e, pelo seu sorriso, devia ser um presente valioso!
- Ah! Muito obrigado! Não precisava...
Não podia fazer desfeita. Caramba! Uma galinha viva. O que eu iria fazer com ela?
Coloquei a galinha no porta-malas do carro e fui em direção à casa de praia do meu avô. No caminho, tive uma idéia. Parei numa banca de frutas e fiz a oferta para a vendedora:
- Escuta, tenho uma galinha caipira viva no porta-malas do meu carro e gostaria de trocá-la por frutas. Topa?
A mulher olhou para mim meio desconfiada e disse:
- Primeiro, quero ver a galinha...
- Perfeitamente!
Abri o porta-malas e disse:
- Pode pegá-la!
A mulher pegou a galinha pelos pés e deu uma balançada igual à que o velhinho tinha dado e abriu um sorriso enorme:
- Quanto de frutas você quer pela galinha?
Como não sabia o valor da mercadoria, respondi:
- Coloque no porta-malas do meu carro a quantidade que você achar justa...
A mulher encheu até a tampa do porta-malas do meu carro de frutas!
Foi aí que eu compreendi que a galinha caipira valia bastante e a forma de avaliar isso era naquela balançada...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Minha experiência eleitoral

Há muito tempo, quando estava no último ano do 1º grau (hoje chamam de ensino fundamental), me candidatei a representante de turma. Eu me achava sério, simpático, justo e era respeitado pelos professores por tirar boas notas...
Na hora da eleição, tomei uma decisão corajosa:
- Não vou votar em mim! Quero ser eleito democraticamente e por méritos!
A apuração dos votos (eleição secreta) foi lenta e o resultado, o pior possível:
- Mwho: 1 voto!
Não só eu não fui eleito, como todos acharam que eu votei em mim mesmo...
E o pior foi levar para o resto da vida a grande dúvida:
- Quem foi meu único eleitor?
Por precaução, nunca mais concorri a nada que tivesse eleição e também não jogo na megasena, pois tenho certeza de que, na semana em que eu me esquecer de jogar, meus números serão sorteados...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Índice ONE

Uma pesquisa idealizada por mim e desenvolvida por um aluno de psicologia da Universidade de Oneway avaliou o índice ONE em pessoas dos sexos masculino e feminino. A pesquisa consistiu em um estudo prospectivo onde por uma câmera de segurança se contava o número de vezes que cada pessoa que utilizava um elevador se olhava no espelho. Foram excluídas as pessoas que fizeram gestos obscenos, não higiênicos ou treinaram manifestações de amor com o espelho.
Ao saírem do elevador, as pessoas eram informadas do teor da pesquisa, assinavam um termo de consentimento esclarecido e eram estimuladas a mencionar o seu grau de felicidade numa escala de 1 a 10.
Foi realizada a tabulação e análise estatística dos dados. Os resultados mostraram que as mulheres se olharam no espelho mais vezes do que os homens (índice ONE = olhadas no espelho) e tinham grau de felicidade menor também, com significância estatística.
É claro que a Universidade Oneway não existe, o trabalho não foi feito coisa nenhuma, eu também não sou psicólogo, mas tenho certeza absoluta de que quanto menos nos olharmos no espelho, mais felizes seremos, mesmo que a longo prazo!
Vou tentar baixar o meu índice ONE para aumentar o grau de felicidade...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A investigação

O professor de guitarra do meu filho sumiu há duas semanas e, com ele, a guitarra que supostamente teria sido levada para conserto. Todos os telefones dele inoperantes. Resolvi investigar.
Passei a procurar insistentemente nos classificados dos jornais e, depois de uma semana de busca, encontro um anúncio de aulas particulares de música.
Liguei imediatamente:
- Alô!
(A voz é idêntica!)
- É o Cláudio?
- Não, é o George!
(Deve estar mentindo, mudou o nome para não ser identificado!)
- Tem certeza que você não é o Cláudio?
- Tenho!?
- Ah! Então depois volto a ligar. Tchau!
- Tchau!?
No dia seguinte, peço a meu filho que ligue para o tal professor do jornal e ele me diz que a voz é idêntica!
As peças estão se encaixando!
Peço a um amigo que ligue e peça um telefone fixo para contato futuro.
Ligo para o telefone:
- Alô! Poderia me fornecer o seu endereço para que eu envie um convite para um show? Você é professor de música, certo?
- Certo. Meu endereço é...
- Obrigado!
Horas depois, resolvido a identificar o estelionatário pessoalmente, me dirijo ao endereço. Vai ser moleza! Vou desmascará-lo e pegar a guitarra de volta ou ir direto à delegacia!
Localizo o endereço. Desço do carro. Toco a campainha!
- O George, por favor!
- Sou eu!
(Não é o cara!)
- Ah! Estou interessado em aulas de guitarra! Quanto custa a aula?
- ...
- Muito obrigado pelas informações!
(O cara é até simpático...)
- Você tem meu telefone, não?
- Tenho sim! Volto a ligar em janeiro. Sabe, estava passando por aqui, que é meu caminho... Tchau!
Droga! Investigação fracassada! Tenho que ver mais programas policiais na TV a cabo!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ronaldo no Corinthians

Sabe aquele garoto tímido, que é apaixonado pela colega de sala e nunca se declara?
De repente, a garota começa a namorar o cara mais feio e mais chato da turma...
Ele fica surpreso e, com cara de otário, pergunta:
- Por que você quis namorar o fulano e não eu?
- Ué? Você queria me namorar?
- Queria...
- Agora é tarde, eu vou jogar no Corinthians...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Saí na TV!

Fui chamado para participar de um programa de TV - canal nacional público com audiência quase zero - e achei a proposta interessante para experimentar novas emoções...
Eu era um dos representantes do povo! Nada a ver com a minha profissão, mas com um projeto social que desenvolvi neste ano...
De cara, tive que passar numa sala esquisita, com uma maquiadora que encheu a minha cara de pó-de-arroz - não gostei, pois sou flamenguista e esse negócio é coisa de tricolor...
Depois, as explicações da apresentadora...
Tudo muito sério até que um estudande de Direito foi repreendido por uma colega por estar com o zíper aberto. Aí me senti à vontade, pois vi que tudo aquilo era cena do "Esfarelando"...
Falei uma vez e, depois, fiquei na minha, observando tudo...
Ontem, o programa foi exibido. Descobri bons e maus ângulos: meus e de todos... Surpreendentemente, até que falei direitinho... Achei, na hora, que todos estavam perfeitos, mas no vídeo, todos tinham cara de assustados!
Cheguei a uma conclusão: prefiro escrever sobre assuntos aleatórios no quase anonimato...
Em outras palavras, nesse mundo de DVD e BD, eu prefiro ser o lado B de um vinil...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quero tamanho G!

Nos últimos anos, já como um prenúncio da crise econômica mundial e da explosão demográfica, tenho participado de brincadeiras de amigo oculto nas festas de Natal da família. Recentemente, passou a circular um e-mail com as preferências de presente das pessoas, que mais parece uma especificação de licitação de compra pública. As surpresas acabaram, mas, pelo menos, as trocas de presentes também.
Pois resolvi colocar o meu presente na lista:
- Camiseta dry-fit, tamanho G, cor preta ou amarela!
Em poucas horas, recebo a resposta da minha prima triatleta que mora em Florianópolis:
- Tamanho G, hein?! Acho que você deve estar matando a academia...
- Na verdade, quando levanto os braços e finjo fazer um aquecimento para enganar os instrutores (sou contra aquecimento e alongamento), vi que a barriga aparece... Se a camiseta fosse G, talvez isso não acontecesse... A visão que tenho da barriga não é suficiente para medir o IMC (índice de massa corporal)!
- Ah! Sei...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Levei uma batida de ré...

Entrei no estacionamento atrás de um Ford Ka branco. Eram 4 vagas em série livres, daquelas ao lado do meio-fio. O cara entrou e parou na primeira da ponta. Eu vinha atrás e pensei em parar na vaga atrás dele. Ainda estava no começo da última vaga (a quarta!) e, para minha surpresa, o indivíduo engatou a ré lá na primeira vaga e veio vindo... Eu não imaginei que ele iria dar ré até a última vaga, onde eu estava parado olhando. Quando resolvi tentar engatar a ré do meu carro, o Ford Ka já estava encostado no meu pára-choque. Falei então:
- Cara, acho que você bateu no meu carro...
- Você devia ter buzinado!
- Não acreditei que você iria dar ré sem olhar desde a primeira vaga até a última, onde eu estava parado admirando a sua performance!
- Olha aqui! Minha carteira de motorista é categoria "E", viu!
- Ah! Logo vi! "E" deve ser de excepcional, não? Também entendi porque tem escrito "Cuidado Comigo" no seu vidro traseiro!
E, depois de constatar que meu pára-choque estava intacto, resolvi terminar a conversa, pois dali em diante a coisa podia piorar... E, além do mais, já imaginou tentar explicar para um juiz que foi o cara que bateu o carro de ré e não eu que bati nele?

domingo, 7 de dezembro de 2008

Revelada a identidade secreta do Ghost!

Um dos internautas mais secretos que visitam este blog é o Ghost. Sabia que era alguém que me conhecia, mas não sabia sua identidade. Hoje, num almoço de família, ele se revelou!
O Ghost é o meu tio mais novo e, sem dúvida, um cara bacana. Quando eu era pequeno, ele inventou uma das teorias mais interessantes que já vi: a de que todas as crianças são monstros!!!
Eu era o Monstroniquinho, meu primo mais velho, o Porcus Monstrorum e a minha prima, a Ana Monstra. Tínhamos o maior respeito por ele, mas o adorávamos. Ele achava que era o tio mau, mas o segredo do seu sucesso era que ele reconhecia a nossa existência - e isso não tinha preço!
O tempo passou, ele virou um profissional respeitado, um exemplo para a família toda. Enquanto isso, encontrou a companheira da sua vida, mudou para Belo Horizonte e, quando tentou fazer a sua teoria valer, se deu mal:
- Não quero ter filhos...
- Sinto muito, porque eu quero 4!
- Sim, senhora...
Tiveram 3 filhos, todos monstros superlegais e ele, depois de muito tempo, descobriu que toda criança legal tem de ser um monstro!!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mais notícias?

Geralmente, ando no carro ouvindo notícias. Música, só se realmente estiver querendo deixar as idéias mais leves. E quando ouço música, não consigo prestar atenção na letra... Será que tem algum significado?
Quando escuto as tais notícias no rádio, talvez por superstição, fico muito incomodado quando os locutores anunciam:
- Daqui a pouco, mais notícias!
O problema é que sempre que eles dizem isso, escuto:
- Daqui a pouco, más notícias!
E isso aconteceu diariamente durante a crise da economia mundial...
Será que eles não poderiam dizer:
- Daqui a pouco, outras notícias!
Acho que daria mais sorte...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A arrumação da minha estante

Terminada a última prova do alemão, corri para casa e comecei a arrumação da minha estante de livros desesperadamente. Era como uma catarse, onde tinha de esconder todos os livros relacionados com o fatídico idioma para tirar as nuvens negras que passavam pela minha cabeça. Fiquei umas 4 horas organizando tudo, colocando em primeiro plano os livros comprados nos últimos tempos (e ainda não lidos) para tentar substituir o sofrimento por algum prazer. Fui dormir à meia-noite, feliz por não mais enxergar nada que tivesse um trema em cima...
Acordei no outro dia todo dolorido, como se tivesse carregado sacos de cimento... Não sei se os tais livros de alemão pesavam demais na minha vida ou, o que também pode ser, estou fora de forma, precisando aparecer lá na academia...
Por via das dúvidas, hoje vou ver se a minha digital ainda confere com os registros da entrada da musculação...
Ah! Acabo de ter um momento de felicidade: acho que musculação é melhor do que pelo menos uma coisa na vida: estudar alemão!!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O último dia do alemão

Depois de quase virar uma carpideira, escrever mil posts choramingando, resolvi ficar atrás da moita e fazer os deveres de casa e as provas finais do meu curso de alemão resignadamente. Ontem foi o último dia. O que era o meu hobby virou o meu tormento. O destino ainda quis me ajudar: os horários oferecidos para o próximo semestre são inviáveis!
Na prova oral final, tive de conversar com o adolescente nerd da turma, que parece realmente um cartoon (acho que o Dexter). O papo era sobre TV a cabo e a minha inspiração era menos mil. Só consegui resolver a parada porque disse que gostava de ver GNT e o pentelho respondeu que GNT era canal de mulher. Aí foi mole...
Minha professora, muito didática e racional, na discussão da prova escrita, logo terminou a discussão de uma questão:
- Eu sou a professora e vocês são os alunos e, então, vocês estão errados. Mas, para termos uma terceira opinião (uma era a dela e a outra era a da sala toda que "errou" a mesma questão), vou consultar a diretora.
- Então aproveite e verifique o resto da prova...
Foi a minha resposta.
Espero que ela não tenha entendido...
Ou melhor, espero que tenha entendido!

sábado, 29 de novembro de 2008

Eu adoro os cinechatos!

Na adolescência, eu gostava de ir sozinho, aos sábados à tarde, naqueles cinemas alternativos, ver filmes "cabeça", nem sei bem por quê. Até o dia em que assisti a um filme do Godard e, no final, o personagem principal dá um tiro na cabeça e tudo acaba sem terminar na minha cabeça...
Desde então, assumi que gosto mesmo é de filme de Hollywood, de preferência com gente famosa e bonita! Se der umas choradas, melhor ainda! Até dou uma colher de chá para os filmes de nossos hermanos e para os nacionais também (adoro "Cidade de Deus").
Mas eu ia falar dos cinechatos, dando seqüência à trilogia enochatos e gastrochatos. Tenho uma relação muito interessante com os cinechatos, principalmente os que escrevem sobre cinema no jornal da minha cidade, o Correio Braziliense. Uma vez, convenci minha mulher a ir ver um filme chamado "Felicidade", que diziam ser uma comédia e, depois de meia hora de pedofilia explícita, fui abandonado e ainda levei a maior bronca. Mas, depois, aprendi a interpretar os sinais dos cinechatos. Ontem, provei a mim mesmo que eles podem ser muito úteis!
Li o comentário do cinechato de plantão sobre o filme "Queime depois de ler", dos irmãos Coen. O cara dizia que o filme era horrível e que os atores (Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich etc.) tinham ido muito mal! Corri para o cinema e aproveitei!
Viu! Os cinechatos podem ser úteis: se eles não gostarem, são boas as chances do filme ser bom!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Repetir vale a pena?

Tenho um colega de trabalho que não é muito objetivo e, logicamente, tem de repetir tudo várias vezes. O trabalho dele rende três vezes menos. Quando expressa seu ponto de vista, além de prolixo, repete várias vezes o que diz. Desenvolvi uma técnica defensiva que uso quando tenho de pedir alguma coisa para ele: repito tudo umas três vezes. Não arrisco!
Tem funcionado bem. Ele não esquece. Mas isso tem me cansado...
Acho que minha paciência está na reserva...
Vou tentar manter um pouco de distância...
Ou parar de repetir...
Repetir cansa...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A ventosa insana

Certas coisas merecem ser esquecidas, mas acabo de ser lembrado de uma mancha da minha história. Digamos que uma mancha roxa...
Há alguns anos, num dia de ócio, com a cabeça vazia, estava vendo televisão deitado no sofá e, como distração, peguei um dardo de brinquedo (daqueles que têm uma ventosa na ponta, para grudar na parede) e fiquei brincando com a minha testa:
- Ploct!
- Unploct!
- Ploct!
- Unploct!
Quando parei com a brincadeira e desliguei a televisão, fui avisado de que tinha uma marca roxa perfeitamente redonda no meio da testa...
Não doeu nada, mas no outro dia, tive de dar algumas explicações no trabalho:
- Que foi isso, cara?
- Você não vai acreditar, mas tropecei e bati a testa na parede!
Às vezes, uma mentirinha facilita as coisas...

sábado, 22 de novembro de 2008

Os gastrochatos

Tenho um amigo que cozinha bem e não é mascarado. Mas é o único! O mais comum é o cara ser extremamente exibicionista, com necessidade de ser o centro das atenções... Acham-se os gênios e os artistas e nem sempre justificam a pose.
Fui a um jantar na casa de amigos. Chegou a estrela, o cara que ia cozinhar... Primeiro, deu um escândalo porque as panelas não eram dignas. Mandou sua mulher ir até a sua casa buscar sua panela e o aventalzinho. Depois, cozinhou e obrigou todos a ficarem em volta dele na cozinha. A comida ficou razoável, mas enquanto todos não o elogiaram, ele não descansou. Depois do jantar, a surpresa: trouxe o seu violão e obrigou todos a ouvirem o seu repertório até o final (e não era bem o que a maioria gostava de ouvir). Foi uma noite inesquecível (infelizmente)...
Então, tenho mais medo dos gastrochatos do que dos enochatos... Pelo menos os enochatos não fazem o vinho...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A lógica do carro

Trabalhamos para ter alguns bens de consumo e um dos principais é o carro.
Compramos um carro, pagamos as prestações, o IPVA, o seguro, a taxa de licenciamento e agora também uma taxa para fiscalizarem se estamos poluindo demais. Não nos esqueçamos do combustível, das multas, dos pedágios, dos estacionamentos pagos, dos flanelinhas, das lavagens, das revisões, das trocas de óleo e dos consertos de pára-choques que agora são pintados (antes, eram pretos, de plástico e não tão frágeis). Os mais sofisticados vão dizer que o carro também deprecia e que há o custo da perda de oportunidade (mais ou menos como o que poderíamos ganhar investindo o capital aplicado no carro).
Trabalhamos mais ainda para ter um carro mais caro e os custos aumentam proporcionalmente...
Será que não seria melhor vender o carro e trocar o trabalho por um mais agradável e que pague menos?
Dependendo do carro, dava até para ficar uns tempos sem trabalhar...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A lógica do sono

- Pai, acho que a lógica do sono está invertida...
- Como assim?
- A gente vai dormir sem muito sono e, depois, acorda morrendo de sono. Não seria o caso de ir dormir só quando não se puder mais de jeito nenhum ficar acordado e acordar quando o sono acabar?
- ???
Bem, para quem teve como única preocupação da semana uma corda de guitarra arrebentada, até que a reflexão foi interessante! Pena que as escolas, os empregadores e os clientes talvez não se adequassem bem à nova ordem das coisas...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A musiquinha do Fantástico

Desde a adolescência, sinto algo devastador aos domingos, quando ouço aquela musiquinha do Fantástico. Acho que tem a ver com o final de semana que está acabando, com todos os planos não realizados ou com os planos realizados (já no passado)...
Sempre que toco no assunto, constato que todo mundo sente a mesma coisa...
Não seria o caso de fazermos uma campanha nacional para que eles tirassem a música do encerramento do programa e fizessem um minuto de silêncio pelo fim do domingo?
Ou poderíamos organizar um protesto silencioso: todos os telespectadores apertariam a tecla "mute" por um minuto...
Até quem não assiste ao programa (meu caso) não fica excluído do fenômeno televisivo-depressivo, pois sempre vai ter alguém na vizinhança com a TV ligada!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Beatles forever

Quatro amigos, três dos quais flamenguistas, estão reunidos num churrasco. Lá pelas tantas, um deles, o único que ainda não é flamenguista, inadvertidamente, coloca uma música dos Beatles no som...
- Cara, você colocou uma música dos Beatles no dia do jogo do Flamengo! Sempre que isso acontece, o Mengão perde...
Aquele silêncio. Os outros dois flamenguistas também acreditam cegamente na superstição... O quarto amigo, extremamente sentido, quase chora de arrependimento, mas diz:
- Vai ser o dia da quebra do tabu! Vocês verão!
Todos vão embora, um mais cedo para ver o jogo pela televisão, os outros dois, que não pagam o pay-per-view, vão ouvindo pelo rádio mesmo...
Mengão 5x2 Palmeiras!!!
No dia seguinte, a primeira mensagem que recebo do amigo ainda não flamenguista:
"Beatles forever!"
Valeu! A escrita foi quebrada! O nosso querido amigo ainda não flamenguista ficou aliviado. Mas, para falar a verdade, os Beatles são meio chatos. Preferimos Rolling Stones...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A compra do presente

Assumi a responsabilidade pela compra do presente para a festa para a qual meu filho foi convidado. Recentemente, estou me especializando em dar chocolates. Assim, vou até uma loja que já conheço e escolho os bombons de acordo com o perfil da pessoa que vai recebê-los.
Meio atrasado - dei até uma corridinha para chegar mais rápido à loja -, logo na porta, dividi o espaço com uma senhora extremamente gorda. Em parte por cortesia e, em parte por impossibilidade de dois corpos (só o dela já seria até demais) ocuparem o mesmo espaço, cedi-lhe a vez. Má idéia...
A senhora adentrou a loja e logo a tábua corrida estalou ruidosamente. Recebeu imediatamente a atenção (com um sorriso amarelo) da atendente, em parte pelo barulho, em parte pelo balanço do piso, que parecia um navio no mar revolto. E a senhora pesada logo diz:
- Queria quatro caixas de bombons, mas faço questão de escolher tudo pessoalmente!
Eram mais de vinte tipos de bombons e ela ia escolhendo um, dois ou três de cada. Seus olhos brilhavam. A saliva já atrapalhava a articulação das palavras. E fazia comentários e gemia:
- Que delícia! Ui! Nossa! Adoro! Acho que vou querer mais um desses...
Como eu queria comprar apenas duas caixas pequenas de um único tipo de bombom (aniversário de gêmeas - o pior custo-benefício do mercado: dois presentes, uma festa...), depois de dez minutos, comecei a dramatizar uma certa impaciência, olhando para fora repetidas vezes e comentando que teria deixado o carro trancando outro no estacionamento (pequena inverdade...).
A atendente captou a mensagem e chamou outra funcionária que estava estrategicamente escondida...
Comprei as trufas de chocolate ao leite (perfil adolescente), paguei, saí da loja e, por curiosidade, fiquei dentro do carro esperando só para ver quanto tempo a senhora demorava para sair...
Nem precisa dizer que cansei de esperar e fui embora...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Antes do Photoshop

Há muitos anos (infelizmente!), tirei uma foto 3x4 perto de casa e, aos 18 anos, foi a melhor foto da minha vida! Realmente foi a foto perfeita e até emoldurei a carteira de identidade que a recebeu...
De lá para cá, muitas fotos rolaram e nenhuma ficou tão legal... Claro que cada vez fico mais esperto e evito ficar encarando muito os espelhos...
Mas, naquela época, não existia o Photoshop e então, ao contrário das capas das revistas de hoje, posso até tirar onda que aquilo era real.
Entretanto, todos os dias passo em frente à antiga loja de fotos - que não existe mais - e fico pensando num detalhe: hoje funciona lá uma escola de desenho e o dono é o mesmo; naquela época, o pessoal retocava as fotos e nem se falava nisso; e o cara devia ser mesmo bom no retoque, pois virou professor de desenho!
Prefiro não acreditar que a minha foto foi tão retocada...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Chuva em Brasília

Cai uma chuva fina.
O céu, o dia, tudo cinzento.
Um pouco triste...
Mas antes Bélgica
Do que o deserto!
Depois de uma manhã em casa,
Tenho de ir trabalhar.
Ligo o rádio numa estação de música.
Hoje não quero notícias.
A música me emociona,
Tudo esfarela...
Passa um filme da minha vida.
Acho que hoje é Ano Novo!
De repente, que merda!
Notícias da hora...
Desligo o rádio.
Já estou chegando...
A chuva aumenta.
Trabalho.

domingo, 9 de novembro de 2008

Qual o pior presente que você já deu?

- Pai, compra um presente pra minha amiga? Tem festa no sábado...
- OK. Pede pra sua mãe...
- Pai, sabe o que é? No ano passado, o presente que minha mãe comprou não deu muito certo...
Lembrei então do acontecido. Minha mulher, artista plástica, cheia de idéias mais de arquiteta do que de engenheira, comprou uma caixinha de jóias para uma adolescente, decorada com embalagens de chiclete Adams e, depois, foi até uma distribuidora de balas e recheou a caixa com chicletes de todas as variedades...
Muito criativo.
Mas, para o azar do convidado que entregou o presente, a menina tinha acabado de colocar aparelho fixo nos dentes...
- Filho. Tudo bem. Nem pede pra sua mãe. Deixa comigo...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O filme de PVC

Uma das coisas mais irritantes da minha existência é o tal do filme de PVC que habita a minha cozinha. Sempre que me ofereço ou me oferecem para que ajude a arrumar a cozinha, aparece o tal filme de PVC. Já começo não conseguindo achar o começo da coisa, sentindo saudades do durex, que não era tão complicado como eu pensava. Depois, ele rasga, enrola, me engana e, quando vejo, estou totalmente atrapalhado.
Acho que o problema não é de coordenação motora. Espero que seja um drama universal, pois se todo mundo me disser que ele é a coisa mais prática da cozinha, realmente tudo vai ficar mais cinza na minha vida, sem falar na minha auto-estima...
É por causa do filme de PVC que eu adoro aqueles potes de plástico. Todas as formas, cores e tamanhos, só para fugir da dura realidade: o filme de PVC!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Créditos intercambiáveis

Os países que conseguem poluir menos ganham créditos de carbono que podem ser comercializados no mercado internacional. Proponho a criação de créditos intercambiáveis que poderiam ser trocados por integrantes de comunidades virtuais.
Assim, quem gosta de academia, poderia malhar além do necessário e adquirir créditos de abdominais, por exemplo, que poderiam ser negociados com aqueles que gostam e conseguem estudar alemão, por exemplo.
No final, em termos práticos, eu poderia fazer uns abdominais para aprender melhor o alemão e quem quisesse fazer menos abdominais poderia me ceder uns créditos de alemão.
Mas, o problema é que ainda não sei se prefiro fazer abdominais ou estudar alemão...

Como ressuscitar o alemão

Pode ser de qualquer marca, mas a Baden Baden caiu muito bem. Antes da aula, um copo cheio. Parece que o ritmo melhora, a compreensão também. Aquela sensação de alienígena fica menos nítida. Da segunda vez, um pouco de Cointreau. Dando certo. Ainda não inventaram bafômetro escolar - acho que vale. Na terceira vez, a seco. Sobrevivi. Acho que da próxima também vai ser só na água mineral.
Será que vou chegar ao final do semestre?
Na última aula, a frase da professora foi impactante:
- Vocês vão de Powerpoint ou têm algo a dizer?
Como se o Bill Gates tivesse alguma coisa a ver com o seminário...
Agora é que eu vou de .ppt!
Só para contrariar!!!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Os comedores de bico de pão

Existem pessoas que quase me irritam. Não chegam a me deixar indignado, mas algo em mim sai da linha... Uma delas é o comedor de bico de pão. Sabe aquela pessoa que não pode ver um cesto de pães e logo sai arrancando o bico do pão mais bonito?
Eu tenho preferência pelo bico do pão, mas acho que tem de ser um prêmio para quem comeu o resto do pão. Deixo para o final, para terminar em grande estilo. Imagine a sensação de comer um pão que não tem o bico! Não tem a menor graça...
Acho que surge um grande desequilíbrio na natureza quando alguém come só o bico do pão - se quiser comê-lo, que coma todo o pão!!!
Assim, lanço um manifesto à blogosfera:
Preservem o bico dos pães!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Psicologia da pasta de dente

Há muito tempo observo o corpo (bisnaga) da pasta de dente. Acho que é um parâmetro muito fidedigno do estado psicológico de seus usuários e, até mesmo, dos que a observam.
Assim, quem se incomoda com o corpo amassado no meio pode estar demonstrando um traço compulsivo de sua personalidade, assim como quem amassa a pasta no meio pode apresentar dificuldades com raciocínio lógico.
Alguns usuários usam até o último resíduo, apertando até a alma da pobre pasta, o que pode corresponder a um traço de sadismo ou, possivelmente, avareza. Os que exageram na pasta e a substituem antes do final talvez desprezem os bens materiais.
Agora, um tipo interessante é o que se recusa a fechar a tampa, sendo ou não de rosca, o que pode denotar uma aversão às convenções sociais ou até um desprezo pela ciência aplicada, ignorando a ressecabilidade da pasta exposta ao ar ambiente.
O importante é que nunca é tarde para mudar a forma de lidar com a pasta de dente...

domingo, 26 de outubro de 2008

A semana

Na semana passada, fiz lista de intenções e planos. Cumpri só um pedacinho. Era uma lista tríplice - acho que cumprir só um item é aceitável, afinal de contas na de reitor de universidade, o presidente só pode escolher um nome...
Nesta semana, prometo não fazer lista. Também prometo não tomar cerveja (até sexta-feira) e ir à academia umas duas vezes pelo menos.
Pensando melhor, melhor não prometer nada.
É. Acho que ficou melhor assim, não?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

E o alemão dançou!

Minha professora de alemão é legal. Mas, acho que ela é um pouco empolgada. Na última aula, começou a escrever obsessivamente no quadro-negro, marcando 4 eventos em datas diferentes: prova oral, prova escrita, seminário e prova sobre um livro. Só as instruções para o seminário eram umas duas páginas. Anotou também um dever de casa tão comprido que metade da turma fotografou (era grande demais para copiar). Eu até que copiei. Mas perdi a vontade de participar de uma atividade grupal que viria a seguir, que mais parecia um ritual indígena: dois a dois, de costas um para o outro, fingindo que estavam falando ao telefone, num roteiro totalmente transtornado. Ela então olhou para mim e perguntou se eu tinha entendido. Eu olhei bem sério e respondi:
- É que achei meio confuso...
- Mas por quê?
- Porque acho que eu estou no lugar errado: fui abduzido por um disco voador e me despejaram aqui! Uma tremenda sacanagem, não?! (Claro que essa resposta foi só mental)
Segurei a vontade de sair correndo até o fim da aula, mas me senti como se tivesse saído do meu corpo e estivesse observando tudo de outra dimensão...
Evocando os filósofos alemães, acho que o meu hobby chegou ao limite do suportável: bem que eu deveria ter ouvido a minha sábia vizinha milionária:
-Você podia ter arranjado um hobby mais facinho, né!
Mas, a verdade é que meu hobby virou motivo de ansiedade, sofrimento e aí surgiu um duelo mortal!
Ou eu ou ele!
Assim, resolvi dar alta para a minha professora e para o curso.
Mas tenho uma dúvida: só abandono ou aviso que abandonei?
E daqui para a frente, só quero saber de hobby "facinho"!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Meu presente de aniversário!

Acordei de mau humor. Afinal, fazer aniversário numa segunda-feira é o fim da picada! Ter de trabalhar na segunda-feira de manhã no primeiro dia útil do horário de verão também não ajuda. Pensei até que o meu relógio estivesse maluco... Ainda era noite e já tinha de acordar... Manhã alucinante, nem conseguia atender o telefone...
Na hora do almoço, morrendo de fome, já exausto, recebo a ligação:
-Alô? Queria falar com o Sr. Fulano de Tal!
-Pois não? Fulano de Tal falando...
-Parabéns, hoje é seu aniversário!
-Muito obrigado! Mas, quem está falando?
-Aqui é da Editora Globo! O senhor ganhou uma assinatura da revista Época!
-Ah! Legal! Só que não preciso dar o número do meu cartão, não é?
-Precisa sim! Apenas no primeiro mês...
-Amigo, vou lhe pedir um presente: não me dê esse presente!
-Como assim?
-Desculpe, mas não gosto de ganhar presentes. E tenha uma ótima tarde!
Até que fui bonzinho com o cara, não?
O cara liga no meu aniversário, me pega de mau humor, cansado, com fome e ainda tenta me empurrar uma assinatura de revista... Cadê o sindicato do pessoal do telemarketing que deixa o cara fazer um papelão desses?!

sábado, 11 de outubro de 2008

A colher e o milkshake

Há muitos anos sou fiel ao x-egg-frango e ao milkshake de chocolate. Entretando, hoje aconteceu um fato inédito. Fiz meu pedido pelo telefone e recebi a encomenda em casa no tempo previsto. Ao abrir a embalagem do milkshake, não encontrei canudo e, sim, uma colher...
Desde então, não consegui parar de pensar na simbologia do acontecido.
Teria o funcionário da lanchonete me sacaneado?
Estaria querendo dizer que o milkshake estava grosso e seria melhor tomado com a colher?
Seria a colher fruto de uma simples distração?
Estaria o atendente passando por algum sério problema pessoal e não teria a concentração necessária?
Tomei o milkshake sem canudo e sem colher, mas, guardei a colher e a dúvida...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

E eu conheci os confins

Resolvi em cima da hora ir a um congresso em Belo Horizonte. Vim parar num aeroporto chamado "Confins". Agora eu entendi o porquê...
Você demora 55 minutos para ir de Brasília a Belo Horizonte de avião e, depois, o mesmo tempo para ir até a cidade de carro. Interessante...
E depois a gente sacaneia os portugueses, hein?!
E participei de uma roleta russa (portuguesa talvez). Encontrei dois colegas no aeroporto e resolvemos dividir um táxi. Cada um disse o seu destino (nenhum dos três sabia andar em Belo Horizonte e nem se deu ao trabalho de olhar um mapa) e o motorista de táxi fez o itinerário. Dividiríamos o primeiro trecho e os demais arcariam com o restante. Fui premiado! O meu hotel foi o primeiro e, infelizmente, os meus colegas ficavam exatamente do outro lado da cidade... Espontaneamente contribuí com uma parcela maior do que me caberia para ser solidário...
Perdi no DVD e ganhei na roleta russa do táxi!
Mesmo assim, continuo não gostando de jogos de azar...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

E o meu DVD virou um cupom!

Fui a um supermercado na Alemanha para comprar um DVD de desenho animado em alemão com legendas. Escolhi com todo o carinho: Ratatouille! Além disso, comprei dois livros na estante "6 a 10 anos" da seção de livros. Para o meu nível de alemão, estaria ótimo!
Voltei para casa no Brasil e, depois de vários dias e muito esforço de convencimento, consegui alguém para ver o desenho animado comigo!
Para minha surpresa, ao abrir o DVD, descobri que não existia nenhum DVD dentro e, sim, um cupom dizendo que eu estava convidado para uma pré-estréia de um filme da Disney e que iria concorrer a chegar no tapete vermelho com uma limousine! E além disso, poderia escolher entre um aparelho de DVD e outros prêmios, como vários jogos em alemão...
Se eu fosse um alemãozinho e morasse lá, teria ficado muito feliz! Mas sou mais velhinho e moro aqui! Fiquei extremamente decepcionado...
Vou mandar o cupom para a minha mãe pelo correio (acho um "saco" ir às agências dos Correios!) e talvez ela consiga ganhar a viagem de limousine para a estréia do desenho animado... Quanto ao aparelho de DVD, se a promoção ainda estiver válida, talvez ela fique com um de reserva...
E eu fiquei chupando dedo...
Se eu fosse o ditador do Brasil, proibiria qualquer jogo de azar, promoções com prêmios, sorteios, rifas de formatura ou mesmo em quermesses...

domingo, 5 de outubro de 2008

A vingança do guarda-chuva

Hoje pela manhã, fui fazer compras na famosa Feira do Paraguai, lugar onde se encontram produtos "fabricados" nesse país vizinho, que além desse vigor industrial ainda recepciona e "acalenta" nossos automóveis furtados. Procurava uma raquete elétrica, última moda, que eletrocuta os mosquitos sem deixar marcas de sangue nas paredes brancas! Subitamente, recebo um telefonema da minha filha adolescente:
- Paiê, onde você está?
- Estou na Feira do Paraguai...
- Ah! Legal! Compra um guarda-chuva pra mim?
- Claro!!!
A minha vingança não falharia! Depois de ter meus melhores guarda-chuvas perdidos pela adolescente em questão, que sabe que trouxe guarda-chuvas da Alemanha, nada melhor do que ignorar a indireta para que eu desse um dos meus novos e resistentes guarda-chuvas e realmente comprar um à altura do cuidado que ela dispensa ao objeto! E, na primeira barraca que encontrei:
- Quanto custa o menorzinho, mais baratinho...
- 6 reais!
- Dá um desconto? A pessoa vai perder mesmo...
- Claro! 5 reais! Realmente, melhor não comprar caro nesse caso...
Mas, depois da vingança, fiquei meio apreensivo... E se perder o meu guarda-chuva novo à prova de vento e revestido de teflon? Será que não seria melhor comprar outro vagabundo e deixar o meu guardado para um dia especial, com uma chuva realmente importante?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Minha irmã e os pudins

Há vários anos, fomos, já adultos, para um hotel fazenda perto de Brasília. Nada para fazer, mas a comida era fantástica. Assim, o nosso programa era fazer hora para esperar as refeições...
No primeiro jantar, chegamos ao restaurante e, quando minha irmã viu que só restavam duas fatias do pudim de leite condensado, correu e, mesmo antes da refeição salgada, encheu um prato para garantir a sobremesa!
Todos acharam engraçado, mas, no fundo, tiveram uma certa inveja da gulosa...
Fizemos os pratos salgados e, na primeira garfada, não sei se foi o "olho grande" da turma, mas minha irmã conseguiu tropeçar no garfo e arremessar todo o arroz em cima do pudim!
Todos riram e ficaram felizes, pois aquela reserva do pudim não podia ser considerada "fair play"...
Ao mesmo tempo, vimos a cozinheira atravessar o salão com um pudim novinho para substituir o que acabara!
Ontem minha irmã me visitou. Tinha pudim de leite condensado. Eu ofereci e ela não aceitou. Estou preocupado...
Pergunto:
Teria a garota ficado traumatizada?
Seria um sinal precoce de envelhecimento?
Estaria realmente levando a sério a academia e fazendo uma dieta?
A vida é realmente cheia de mistérios...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Decisão errada

Ontem fui trabalhar e levei o meu novo guarda-chuva. Tirei a etiqueta morrendo de pena, lendo umas três vezes que ele era duas vezes mais resistente do que os guarda-chuvas comuns. Deixei no porta-trecos da porta do meu carro. Quando saí, olhei para o céu e, já que não havia nenhuma nuvem e fazia um sol escaldante, decidi deixá-lo protegido no carro...
Cheguei no trabalho e fui logo gozando uma colega que estava carregando um guarda-chuva enorme:
- Que medo, hein?! Se vier essa chuva toda, vamos esfarelar, né!
A tarde foi passando e fui percebendo que umas nuvens estavam se formando. Depois, senti que escurecia um pouco mais rápido do que o usual e, ao olhar pela janela, levei um susto, pois estava se formando uma tempestade! E eu deixara o meu guarda-chuva novo no carro...
Nada contra a chuva, mas de roupa social não é a coisa mais agradável a se encarar...
Terminei o meu trabalho o mais rápido possível, desci de escada os três andares correndo e, ao sair do edifício, alguns pequenos pingos já começavam a cair...
Entrei no carro e, em menos de um minuto, o céu veio abaixo!
Imagina a felicidade! Nem me molhei!
Mas da próxima vez, mesmo com o maior sol, não vou me separar do meu guarda-chuva...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Que venha a chuva!!!

Todos os anos, a história se repete. Brasília fica um tempão na seca e, nas primeiras chuvas, compro um guarda-chuva no primeiro camelô que encontro e, no primeiro vendaval, já fica todo torto... Aí agüento com a porcaria do guarda-chuva o final das chuvas e o jogo na lata de lixo...
Pois aproveitei a minha viagem à Alemanha para procurar um guarda-chuva que fosse resistente ao vento! Depois de esquecer o meu guarda-chuva de grife (brinde!) no quarto do hotel em Buenos Aires, resolvi que, por uma questão de honra, agora seria diferente...
Encontrei um guarda-chuva de alumínio que tinha escrito na etiqueta que era resistente ao vento e revestido de teflon! 10 Euros! Perfeito! Não entendi o porquê do teflon, mas acho que dá até para fritar ovo...
Quero ver entortar!
Que venha a chuva!
E pode vir com vento que eu estou preparado!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dúvidas em Portugal...

Voltando da Alemanha, passei um dia em Lisboa, Portugal. Saí para jantar e, depois de meia hora, percebi que dois caras que conversavam numa língua estranha na mesa ao meu lado não eram russos: eram portugueses!
Depois, assistindo à televisão local, vi um cantor português, estilo galã, fazendo uma propaganda que estimulava as pessoas a terem os seus "encostos"... Caramba, no Brasil, ninguém quer ter um encosto!
Para finalizar, folheando um jornal local, esperando a van que ia para o aeroporto, comecei a olhar os classificados, vendo os preços dos imóveis e, para satisfazer a curiosidade, não pude deixar de reparar na enorme quantidade de anúncios de acompanhantes para todos os gostos. Só que uma coisa me chamou realmente a atenção: várias das anunciantes usavam o adjetivo "peluda" como uma grande qualidade!
Estranhos esses portugueses, não? Se você puder me tirar alguma dessas dúvidas...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fatos intrigantes na Alemanha



Uma das minhas primeiras constatações aqui na Alemanha foi que o papel higiênico me pareceu meio estranho. Ao observá-lo mais de perto, achei-o bastante espesso e resolvi dissecá-lo para descobrir o motivo. Minha desconfiança se mostrou real: descobri que ele tinha folhas quádruplas (foto inferior)!

Ainda intrigado, fui atrás da embalagem e minha descoberta correspondia à realidade (foto superior). Daí em diante, enveredei por uma análise filosófica profunda em busca das origens do fato, inspirado por autores locais, mas não consegui ir muito longe...

No Brasil, sempre que vou ao supermercado, observo que os papéis melhores são mais caros porque têm folhas duplas. Os mais simples têm folha única...

Nunca tinha ouvido falar em folha quádrupla...

Assim, proponho um novo índice para classificação dos países: o IPH.

IPH significa índice do papel higiênico. Os países com menor IPH (1) só têm papel higiênico de folha simples. Os emergentes chegam a ter folha dupla (2). Se tiverem folha tripla, melhor ainda (3). Se alcançarem o nível maior (4), é porque têm folhas quádruplas. A escala vai de 1 a 4, mas é possível que exista algum país com índice 5 (?!), ou algum bem primitivo com índice FB (folha de bananeira)...

domingo, 21 de setembro de 2008

Carne de Bambi




Quando eu era pequeno, lembro que sempre chorava com a história do Bambi, que perdia a mãe assassinada por um caçador. Estando em férias na casa da minha mãe, no norte da Alemanha, depois de passear no bosque e cortar lenha, descubro que prepararam um jantar em minha homenagem e acontece o diálogo abaixo:

- Reservamos um jantar muito especial para você, abatido no último inverno...

- Ah! Que legal! E o que vamos comer?

- Carne de veado!

- Fala sério! Eu chorava com a história do Bambi... E além do mais, se eu colocar no blog que eu vim até a Alemanha para comer veado, pode ser dificílimo explicar. Tem uns caras de Salvador que vão me sacanear... E as minhas leitoras vão me denunciar ao Greenpeace!

- Pelo menos prova, não vai fazer desfeita, né?! Foi preparado lentamente, só com manteiga...

- Piorou!

- É só você omitir a informação!

- Tudo bem, mas por uma questão de ética, vou ter de relatar assim mesmo...

E, assim, um trauma de infância foi finalizado pelo estômago.

E, sabe que a carne do Bambi é até interessante! Tudo bem que aquela geléia vermelha em cima ainda traz algumas lembranças, mas nem todo dia é da caça...

sábado, 20 de setembro de 2008

Turismo diferente




Que paisagem!

Tantas BMW's

Realmente novas,

De diversos modelos

E cores.

Prontas para

Ganhar o mundo

Ainda sem donos,

Sem conhecer buracos

Arranhões, motoristas

E flanelinhas...

Isso também é poesia...



terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não existe cidade sem poesia...


Era uma vez
Um lobinho bom
Que era maltratado
Por todos os cordeiros.

E havia também
Um príncipe mau,
Um bruxa bonita
E um pirata honrado.

Todas essas coisas
Havia uma vez.
Quando eu sonhava
Um mundo ao contrário.

(José Agustin Goytisolo)

Tradução livre
Fotografia: La Recoleta, Buenos Aires, jul/08

domingo, 14 de setembro de 2008

Opção de vida

Quando minha irmã tinha uns 3 anos, resolveu sair pela janela do apartamento e passear pela parte externa do edifício. Logo se viu num vão sem proteção, com poucos centímetros de largura, encostada na parede, com o porteiro do edifício de braços abertos esperando sua queda...
Ainda bem que era primeiro andar, mas a solução para o problema foi bem criativa. Minha mãe a chamava da janela, quase desesperada, mas ela não obedecia e ficava mirando a altura e a liberdade do possível vôo...
Mas, subitamente, teve minha mãe uma brilhante idéia: lembrou-se de uma barra de chocolate que tinha guardada e a mostrou para a jovem aventureira. Na mesma hora, ela desistiu do espetáculo e voltou para conquistar o seu prêmio: o chocolate!
Todos, mais cedo ou mais tarde, estabelecem prioridades em suas vidas...

sábado, 13 de setembro de 2008

Churrasco de coala

Há alguns anos, eu era um dos melhores churrasqueiros da família. Meu estilo era o tradicional - só usava sal grosso. Num final de semana, cheguei à casa do meu pai antes de todos e resolvi começar os trabalhos...
Coloquei o carvão na churrasqueira e, para acender, não dispensava o álcool! Procurei onde achei provável encontrar e consegui um frasco de plástico com conteúdo parecido com o do álcool! O fogo pegou bem! Coloquei as carnes para assar e comecei a sentir um cheiro de sauna. Achei que era do vizinho. Quando o pessoal chegou, disseram que a rua inteira estava com cheiro de eucalipto...
O churrasco ficou horrível, com gosto de eucalipto, é claro! E eu descobri que o álcool que eu tinha usado para acender o fogo era a essência de eucalipto da sauna!!!
Meu churrasco é famoso até hoje como o "Churrasco de Coala"!
E eu nunca mais fiz um churrasco. Acho que a fumaça me faz mal...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O meu humor e a Bolsa de Valores

Sou um cara meio incrédulo, mas, de uns tempos para cá, comecei a perceber que o meu humor do dia acompanha de perto o desempenho da Bolsa de Valores. Não é questão de ter ou não dinheiro aplicado, mas, inexplicavelmente, à noite, dou uma olhadinha no gráfico do IBOVESPA e posso entender o que se passou comigo durante o dia...
Se estou meio triste durante a semana e subitamente melhoro, é só conferir que a Bolsa de Valores se recuperou. Se fico triste por mais dias, é porque o cenário econômico não anda bem. E olha que a minha profissão não envolve nada disso. Comecei então a ler os comentaristas econômicos antes de sair de casa (em vez do horóscopo)...
Algumas pessoas que me conhecem percebem na minha cara o meu estado de humor. Não consigo esconder nada. Estou com medo dos corretores da Bolsa de Valores me grampearem com uma webcam e basearem suas ações nas minhas feições...
Já que em Brasília quase todo mundo é grampeado, acho que vão ter um monitor lá no pregão da Bolsa de Valores mostrando minhas expressões faciais em tempo real...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O dia em que não aprendi a nadar

Quando eu tinha uns 5 anos, meu avô inaugurou a piscina da sua chácara, que se chamava "Cova das onças" em homenagem à minha avó, minha tia e minha mãe. Era uma piscina de água escura, corrente, naquela época em que não se usava tratamento de água - quando passou o filme "Tubarão", não tinha coragem nem de colocar o pé dentro da água...
Na inauguração, me disseram que me escondi e chorei bastante porque queria ir para a água, mas, como não sabia nadar, tinha medo de morrer. Depois de muita conversa, aceitei entrar na piscina, usando uma bóia (câmara de ar de automóvel).
Meus primos mais velhos resolveram apostar uma corrida e eu, com minha bóia preta, também quis participar. Quando deram a largada, pulei por último e nem percebi que a bóia voou longe. Dava braçadas aceleradas para tentar alcançar os primos e já estava no meio da piscina quando minha avó gritou:
- Salvem o menino que ele não sabe nadar!
Quando ouvi o grito da minha avó, subitamente, parei de nadar e me lembrei de que não deveria estar nadando sem a bóia, pois não sabia nadar (embora estivesse nadando!).
Aí me salvaram, mas, se minha avó não estivesse me vigiando, certamente iria chegar ao outro lado da piscina!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sorvete é melhor do que academia!

Hoje à tarde, num calor alucinante aqui em Brasília, com aquela vontade invertida de ir à academia e aquele quilo a mais adquirido no final de semana, resolvi tomar um sorvete para aliviar...
(Ego) - Só uma bola, não deve ter tantas calorias assim, né?
(Superego) - Vai ter de correr 20 minutos só para queimar a bola!
(Ego) - Cara, faz tempo que não tomo um sorvete, peço sem casquinha, no copinho de plástico!
(Superego) - Então vai logo pra ver se ainda dá uma malhadinha antes da sua aula...
(Ego) - Duas bolas, pistache e graviola, por favor!
(Dono da sorveteria) - Caprichado ou não?
(Ego) - Claro que caprichado!
(Superego) - Mas...
(Ego) - Calado! O cara vai pensar que sou maluco, porra!
(Dono da sorveteria) - Você anda sumido!
30 minutos de papo furado...
(Ego) - Acabo de descobrir que um sorvete é muito melhor do que ir à academia!
(Superego) - É, mas...
(Ego) - Cara, agora não dá mais tempo, vou ter de ir para a aula!
(Superego) - Merda...

domingo, 7 de setembro de 2008

Supertramp e a angústia interior

Meu grande amigo (H) teve a seguinte conversa com uma amiga (S):
H: - Vai ter show do Supertramp! 600 reais a inteira...
S: - Mas você não me disse há 20 anos atrás que Supertramp era um lixo, na época em que eu adorava?
H: - Eu? Não me lembro!
S: - Disse sim! Só Rolling Stones prestava para você! Isso marcou a minha história musical...
H: - Ah! Devo ter dito mesmo! Mas falei que era uma "merda"!
S: - Você melhorou muito! Ficou um cara doce! Naquela época, você tinha uma angústia dentro de você!
H: - Porra! Esse negócio de angústia dentro de si é coisa de viado!
Eu: - Ah! Esse é o H. que eu conheço!!!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

As árvores e a vida


As árvores são uma metáfora da vida. Essa aí, por exemplo, nunca a tinha percebido, pois existe no meio de paineiras floridas. Mas, na época mais seca do ano, resiste bravamente e mostra suas folhas verdes e o tronco escuro, num bonito contraste, mostrando o amor pela umidade da chuva fora de época recentemente ocorrida. As paineiras, no entanto, sem folhas, sem flores, desaparecem...
Depois virão as chuvas e as paineiras terão sua folhas e suas flores de volta. Poucos notarão a árvore de tronco retorcido, que resistiu heroicamente à seca, emocionando os que quiseram admirá-la.
Assim como na vida, os que perserveram, que resistem aos momentos difíceis, nem sempre se destacam, mas com certeza são imprescindíveis. Mas antes que contestem, afirmo que a beleza tem sempre que existir, assim como a emoção de se observar algo bonito, em qualquer época, dependendo apenas dos olhos de quem vê. 
Essa é a minha árvore preferida, embora sempre me emocione com as flores das paineiras...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A estrada da vida






A vida é uma estrada, onde o infinito é a morte.
Olhar só para a frente, sem notar as árvores,
É mirar na morte, é perder  todas as curvas,
Negar os detalhes, anular as sensações.
O horizonte é a meta, mas o desvio.
Desvio da vida, rota da morte.
Não quero me esquecer de
Procurar as árvores,
Sentir o vento e a
Chuva porque
O asfalto e o
Tempo 
também 
Se esfarelam...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A natureba e a transgênica



O seguinte diálogo se passa entre duas irmãs que passeiam pela Avenida Paulista, sem destino, em férias...
- Sabe, não gosto de carne.
- Pois eu adoro uma picanha!
- Prefiro tofu, salada e outras coisas...
- E chocolate?
- Acho que não tenho nada contra o chocolate...
- Ah! Ainda bem. A vida ficaria meio chata, não?
- É uma questão de princípios: não como nada que foge! Assim, todo ser que foge, sente medo, tem a minha consideração!
- E o alface?
- Ah! O alface se oferece!
- Coisa nenhuma... O alface só não foge porque não consegue! É vida do mesmo jeito! É até mais covardia, pois ele não tem a menor chance de fugir, pois está preso!
- Vamos mudar de assunto?
- Tudo bem. Mas antes vamos comer alguma coisa?
- Acho que perdi a fome...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A bicuda do velho

Estava saindo do shopping. Parei atrás de outro carro e vi que a fila não andava. Do carro na minha frente saiu um senhor idoso, com mais de 70 anos seguramente. Como eu estava ouvindo o resto do jogo do Flamengo, desliguei o carro, já que não estava com pressa.
De repente, notei que o senhor estava discutindo com uma garota sentada no banco do passageiro do carro que estava trancando a fila. Pelo que eu entendi, a dona do carro parou no meio da passagem e foi calmamente ao caixa eletrônico, enquanto a fila de carros se formava. A garota no carro devia ter uns 17 anos, de óculos escuros, cabelo loiro pintado e mascava chiclete de boca aberta...
- Menina, faça o favor de chamar sua mãe para tirar o carro, pois estou com pressa e tem uma fila de carros atrás!
- Calma aê, minha mãe foi só tirar uma grana...
- Minha filha, estou com pressa e sua mãe não pode parar no meio da pista e ir ao caixa eletrônico!
- Seu velho nervoso! Espera, porra!
- Sua mal-educada!
- Vai à merda, seu velho babaca!
- Velho babaca é o que vai chutar o seu carro, sua nojenta!
E o senhor idoso deu uma "bicuda" na porta do carro que foi ouvida num raio de 50 metros! E a mãe folgada da adolescente mal-educada voltou correndo e tirou o carro da frente da fila...
E eu confesso que adorei a bicuda!
E quase gritei: "Gol do Flamengo!".

sábado, 30 de agosto de 2008

O simpático do parque

O Parque da Cidade, em Brasília, é um parque urbano enorme, onde só o seu circuito interno de corrida tem 10 km de extensão. Nesta época do ano, em que até um camelo apreendido de um circo teve desidratação, os vendedores de água fazem a festa!
Pois lá no parque existe uma figura folclórica que é um vendedor de água, baixinho, de óculos, que usa um avental branquinho e cumprimenta todo mundo que passa com um sorriso enorme no rosto. Há uma lenda que diz que nenhum bebedouro nas proximidades funciona por sua causa...
Sempre que me aproximo do seu ponto correndo, uns 100 metros antes, começo a pensar se devo retribuir o seu cumprimento ou não, já que hipocrisia e a desonestidade incomodam. Se ele estraga os bebedouros e ainda vem dar aquele "Bom dia!" sorridente só para me sensibilizar e empurrar uma garrafinha de água, não mereceria o meu cumprimento...
Mas, uns 10 metros antes, sempre decido retribuir seu cumprimento, pois in dubio pro reo!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Minha primeira medalha

Sempre adorei esportes. Por pouco não o fiz por profissão. Mas sou o verdadeiro exemplo de que o que vale é competir.
Na minha primeira competição (natação), dei o meu máximo e, infelizmente, cheguei em último lugar. Meio triste, recebi uma medalha de participação. Devia ter uns 11 anos. Coloquei a medalha no pescoço e não a tirei por nada. Morava com meus avós. Na hora do jantar, minha avó percebeu o brilho no meu pescoço e pude contar que ganhara a medalha - nem precisei dizer em que lugar tinha chegado...
Guardei com todo o carinho o prêmio por muitos anos. Claro que ganhei outras medalhas em classificações melhores. Pratiquei vários esportes e até que me saí bem. Ganhei, perdi, tive muitas emoções...
Mas, na verdade, a minha medalha favorita era aquela primeira. Sinto falta da minha memória, extraviada num furto em uma das várias mudanças que fiz...
Hoje, tenho o maior respeito pelos atletas que participam das competições, inclusive os últimos colocados...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

I Fórum Internacional à Distância sobre Extermínio Não-Farmacológico de Baratas

Mwho: Creio que a forma mais ecológica de se matar uma barata seja uma lenta injeção de água por meio de uma seringa descartável!

Samantha: Argh! Que nojo!

Rodrigo: Que cara mau!

Ivich: Acho que isso seria tortura! Melhor selecionar a barata e teclar "del"!

Sun: Sugiro uma forma mais perfumada: aplicação de xampu!

Mwho: Como assim? Segurando a barata? Mas e o condicionador?

Franka: Se fossem mosquitos de luz, eu resolveria facilmente!

Dani: Baratas? Por que não mudar o foco para esquilos?

Careca: Melhor convocar o meu cachorro Max para acabar com as baratas e os esquilos de uma só vez!

Bono: Que frescura! É só dar uma pisada e pronto!

Mwho: Sempre detestei trabalho em grupo! Estou confuso! Tenho nojo de baratas e não vou segurar nenhuma para passar xampu, muito menos condicionador! Esse tal de Max vai morder todo mundo e também não quero ficar com fama de torturador sádico! Clicar na barata com o mouse deve ser super difícil! Proponho uma padronização: chinelada!

Obs.: Esse diálogo é mera ficção. Qualquer semelhança com a realidade talvez seja coincidência. Caso algum dos citados quiser mudar sua participação ou ser excluído, é só solicitar pelos comentários e aceitar os pedidos de desculpas!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O dia em que o Zé Artur ficou meu amigo

O Zé Artur era o terror da escola. Era mau, maior, mais forte e mais gordo. Jogava todo mundo nas latas de lixo. Não gostava de estudar e era o típico marginalizado que todos evitavam até olhar...
Eu era um dos menores, estudioso, usava óculos. Passava por uma fase rebelde só em casa, ainda resíduo da separação dos meus pais, diziam os entendidos.
Pois fui parar no psicólogo. Era uma clínica bem chata, onde tentaram me ensinar técnicas de relaxamento e alguma coisa além disso de que não consigo me lembrar.
A grande lembrança é do encontro que tive com o Zé Artur. Quando ele me viu na clínica, inicialmente, pensei em fugir, mas o seu olhar foi tão terno e solidário, que não pude evitá-lo. Ele se aproximou, parecendo muito feliz, se identificando com o bom aluno comportado, que, como ele, também freqüentava aquele estabelecimento corretivo, me cumprimentou sinceramente e me abraçou. Fiquei até comovido. O terror da escola me abraçando como um amigo...
E foi aí que consegui escapar definitivamente da lata de lixo!
Pelo menos para alguma coisa valeram as idas à clínica psicológica...

Tempo

Na infância, o Tempo é nosso amigo.
É tão generoso, que até sobra.
Na adolescência, fica manso.
Então nós o controlamos.
Somos os senhores do Tempo.
Somos eternos!
Aos quarenta, um pouco mais,
Um pouco menos, para alguns homens,
Principalmente os céticos e muito pragmáticos,
O Tempo se rebela.
E, caviloso, faz o homem pensar
Que ele, o Tempo, esfarela.
Mas, na verdade, o Tempo,
Para esse tipo de homem,
Esfarela o amor, a amizade, a esperança,
O Tempo esfarela o próprio homem.

(Autora anônima)

sábado, 23 de agosto de 2008

Brincadeiras de criança

Nos sábados à tarde, coordeno um grupo de alunos de vários cursos de graduação em um projeto de extensão universitária em uma comunidade carente da periferia de Brasília. Hoje, resolvi observar as brincadeiras das crianças.
Fiquei sentado por alguns minutos num banco de madeira numa rua cheia de lixo, onde as crianças brincavam tranqüilamente. Uma menina gordinha de 7 anos se aproximou segurando um teclado estragado que acabara de recolher de um monte de lixo. Perguntei se ela sabia ler e ela respondeu que não muito. Resolvi jogar um pouco com ela. Falava uma letra e pedia que dissesse uma palavra que começasse com ela e depois me mostrasse no teclado. Brincamos animadamente por uns 10 minutos.
Logo em seguida, passei por duas meninas tentando jogar vôlei com uma bola de futebol murcha, sendo a rede um pedaço de madeira. Pedi licença e ensinei a técnica do saque, do toque e da manchete, e ainda joguei um pouquinho.
Ainda na rua, vi três garotinhos de no máximo 8 anos brincando em um monte de madeiras velhas. Fingiam que era uma moto e disputavam a direção. Estava boa a brincadeira - só pedi que jogassem fora uma madeira cheia de pregos. Eles não reclamaram e aproveitaram para recolher uma caixa de som velha do monte de lixo que colocaram em cima da "moto".
Mais tarde, vi dois meninos bem pequenos jogando pingue-pongue sobre uma tábua. As raquetes eram pedaços de madeira e a bola era simplesmente a bolinha de um desodorante roll-on. Não resisti e pedi para jogar. Desisti na segunda tentativa, pois a bola não quicava direito e a mesa amortecia demais. Mas eles continuaram o jogo.
Assim, enquanto orientava os alunos, aproveitei a minha tarde para entender na prática como as crianças carentes se divertem de forma tão ingênua e criativa, enquanto muitas crianças ricas de hoje esfolam seus dedos nos teclados e mouses dos computadores...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Explosão de baratas

A infância proporciona momentos únicos!
Ainda me lembro da época em que comprava seringas na drogaria perto da minha casa para enchê-las com água e ir à caça de baratas!
Isso mesmo que você entendeu!
Devia ter uns 10 anos? Não podia ser mais do que isso... Enchia as seringas com água da torneira e abria as tampas dos bueiros para que as baratas saíssem correndo desesperadas do monstro que as perseguia com uma arma na mão...
Quando conseguia prender a barata com a agulha (não encostava nela!), injetava lentamente o líquido até ouvir o "ploft" inesquecível: o som da barata estourando!
Antes que você pense a respeito, já faz muito tempo que parei com essa caçada e, para falar a verdade, detesto ter que matar uma barata (tenho até nojo daquela gosma branca e pegajosa), mas, com esse histórico, acho que é uma obrigação moral assumir esta tarefa pelo menos na minha casa...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O primeiro dia da instrutora de musculação

Detesto academia de musculação, mas como remédio controlado que sou obrigado a tomar, dou uma passadinha por lá duas ou três vezes por semana. Claro que minha permanência é a mais breve possível e para isso encurto intervalos, sofro para acelerar tudo e, principalmente, fujo dos instrutores como o diabo da cruz...
Quando os instrutores começam a olhar muito, pode ter certeza que vão corrigir novamente alguma coisa, fazer uma devassa na sua ficha e, principalmente, propor uma nova série de exercícios que vai revolucionar o seu visual...
Ontem, estava eu pagando os meus pecados quando vi uma nova instrutora chegar ao ambiente. Meio deslocada, usando aquele uniforme padronizado que deixa os instrutores sarados e as instrutoras mais tímidas quase nuas, recebe a instrução detalhada e definitiva do colega de trabalho: "Você deve sair olhando os alunos e, quando vir algo inadequado, chega junto e corrige!". E aí, ela vira para o lado, com um sorriso meio amarelo, e obviamente olha para mim, pois era o primeiro na linha de tiro...
"- Oi! Hoje é o meu primeiro dia..."
Fiquei penalizado com a sinceridade dela. Em seu lugar, jamais iria confessar que estava começando. Iria omitir a informação. Mas achei a menina tão fragilizada que resolvi colaborar:
"- Oi! Seja bem-vinda! Se eu estiver fazendo algo errado, não faça cerimônia. Pode me corrigir!"
E ela realmente ficou olhando o meu exercício atentamente. Tive que fazer certinho, sem "roubar" ou acelerar demais... Demorou uma eternidade. Ao final, fez a pergunta fatal:
" - Posso ver a sua ficha?".
Nem precisa dizer que dei aquela enrolada:
" - Claro, mas já passou da hora de trocar a série. Preciso marcar na recepção..."
Ela ficou feliz com o primeiro aluno. Cumpriu o seu papel!
E eu escapei por um triz! Mal sabe ela que cumprimento todos os instrutores, mas jamais nenhum conseguiu conversar comigo por mais de 15 segundos!
E fui para casa feliz: fiz a boa ação do dia...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Outro tipo a ser evitado

Ontem falei das pessoas que têm uma visão muito negativa da vida. Hoje vou falar de um tipo diferente, mas que também quero evitar: aquele cara que só fala dele, que quer a todo custo mostrar que vale mais do que sabe que vale...
Claro que quando a gente escreve algo assim se lembra de alguém especificamente, mas dá perfeitamente para generalizar...
Pois é o cara que quer mostrar o tempo todo que é melhor em tudo. O problema básico é a auto-estima baixa, mas esse tipo não abre a guarda facilmente. O comum é observá-lo contando vantagem, falando sobre suas realizações e atributos. Você até olha e não entende muito como o cara se acha tão bom, mas com o tempo, isso passa a incomodar. Incomoda porque você tem o seu equilíbrio, até uma noção da realidade, mas o cara do seu lado martelando o tempo todo aquela ladainha de que é mais rico, mais bonito, mais esperto, mais tudo... Você cansa do seu equilíbrio e passa a se achar mais pobre, mais feio, mais tolo...
Então, esse é outro tipo a ser evitado. A não ser que o cara enfrente uma psicoterapia, pois isso tudo é um tremendo mecanismo de defesa...
Concluindo, quero também ficar longe de quem se acha muito mais do que é...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Olhar cômico

Olhar a vida sem sofrer
Uma questão de opção
Opção pelo sentir
Pela emoção, pelo prazer
E olhar independe da visão
Muitos provam isso
Pois sem nem enxergar
Conseguem muito ver
Ver a vida com olhar cômico
Diferente do olhar cego
Dos que vêem na vida
Uma passagem para a morte
Com grande sofrimento
E incapacidade de sorrir
Que fiquem longe de mim

Abaixo a energia negativa!

Toda segunda-feira é motivo para pensar em alguma coisa enquanto se espera a terça-feira... Hoje acordei pensando nas pessoas que têm a capacidade de irradiar energia negativa.
São pessoas que só conseguem ver o lado ruim da vida e não se contentam em guardar esses sentimentos, fazendo questão de tentar passá-los adiante.
Acho que é uma ótima idéia tentar deixar essas pessoas de lado. Dar o menor valor possível a elas. Geralmente, não têm muito a acrescentar. São aquelas pessoas que estão sempre reclamando de tudo, que deixam a gente pra baixo. Parece que não gostam de ver pessoas em volta de bem com a vida...
Que fiquem longe. Não vou gastar minha energia com elas. Que sejam felizes (coisa difícil, mesmo com saúde e muito dinheiro)!
Mas quero distância...
Quanto mais longe delas, melhor!

domingo, 17 de agosto de 2008

Buenos Aires (dicas de viagem)

Como prometi a alguns amigos, reuni algumas pequenas dicas para uma viagem a Buenos Aires. Gostei muito da cidade e acho que é uma excelente opção de turismo urbano. Comprei alguns guias de viagem, mas achei o da Folha de São Paulo o melhor.
Para a viagem, se quiser, leve apenas reais, que podem ser trocados no Banco de La Nación, que fica logo ao lado do salão de desembarque no aeroporto de Ezeiza (funciona 24 horas) - pode ter até uma pequena fila, mas a taxa de câmbio é uma das melhores da cidade e o dinheiro confiável. Eles não dão muito dinheiro trocado, mas em pouco tempo se consegue o suficiente comprando-se água e coisas pequenas em lojas de conveniência. Cuidado com o troco nos táxis - é comum problemas com notas falsas - ande com dinheiro trocado sempre.
O aeroporto é distante. Há guichês de táxi no aeroporto que cobram um valor fixo (cerca de 95 pesos para o centro). Do centro para o aeroporto, os rádio-táxis cobram cerca de 80 pesos.
Os cartões de crédito são aceitos em quase todos os lugares. Para compras, são raras as lojas que dão desconto para pagamentos em espécie. Em vários lugares, com produtos argentinos, pode-se solicitar o formulário Tax Free, que é preenchido na loja. Ao chegar ao aeroporto na saída, vá até um balcão da aduana que fica próximo ao check-in para carimbar o formulário. Pouco antes do embarque, apresente o formulário e tenha de volta o imposto pago na loja (até 21% do valor da compra) em espécie!
O Free Shop de Buenos Aires é muito bom e os preços também. Pode-se pagar em dinheiro local, dólares, reais e cartão de crédito.
Há bons hotéis no Centro e na Recoleta. Faço reservas sempre pela internet (www.booking.com). Funciona e as tarifas são ótimas!
A cidade é bastante segura no centro, à noite inclusive, mas não facilite! Ande com cópia do passaporte e não leve todos os cartões e dinheiro com você! Em uma semana rodando pela cidade, não me senti ameaçado nenhuma vez.
Os táxis são relativamente baratos, mas é comum alguns motoristas andarem um pouco mais do que o ideal. Assim, sempre que possível, vá a pé ou use o metrô, que é quase de graça, um pouquinho velho, mas funciona muito bem. Compre um mapa da cidade ou pegue um de graça em um quiosque de auxílio aos turistas - são muito úteis!
Vale a pena comprar roupas. Não adianta rodar muito atrás de preços melhores nas lojas de marca, pois não variam muito. A rua Florida e as galerias Pacífico resolvem. Na Avenida Córdoba, há outlets, mas não achei muita coisa interessante não. Quem gosta de couro, aí sim, vale a pena e tem muitas opções.
Sugestões de passeios: não perca a feira de antigüidades de San Telmo aos domingos. Saia a pé até a Casa Rosada, siga até o Congresso, pare no Café Tortoni (só para conhecer - chocolate quente com churros). Vá à Praça San Martin. Não deixe de visitar o cemitério da Recoleta (jazigo da família Duarte - Eva Perón!), rodeado por dezenas de restaurantes e bares legais! Para o lado de Palermo, o Jardim Botânico e o Jardim Japonês (que tem um ótimo restaurante no fundo!), que fica próximo ao Museu Malba (onde está o Abaporu, de Tarsila do Amaral), valem muito a pena. Se estiver disposto, a fim de agito, depois de 2 da manhã, o lugar é Palermo! Lugar imperdível e mais tranqüilo é Puerto Madero, com dezenas de bons restaurantes, principalmente à noite.
Mas o melhor é andar pelas ruas, longe da confusão da rua Florida, que parece o Paraguai! Algumas ruas são tão bonitas quanto as de Paris (foto)!
Em julho de 2008, cada 100 pesos valiam 60 reais. No final das contas, tudo era um pouco mais barato do que no Brasil!

sábado, 16 de agosto de 2008

ITP

O ITP é um índice que avalia o grau de desenvolvimento de um país baseado na presença do Topo Gigio em sua memória. Foi criado há alguns minutos (Índice Topo Gigio). Parte do princípio que, no final da década de 60, quanto maior a presença do ratinho no inconsciente coletivo, maior o grau de desenvolvimento social, econômico e emocional do povo em análise.
Pois foi assim que resolvi procurar sinais da presença do Topo Gigio na cultura argentina a partir de uma busca nos antiquários de San Telmo, Buenos Aires, onde existe também existe um feira muito famosa aos domingos.
Encontrei vários Topo Gigios, alguns bem grandes como o da foto. Gostei muito de um modelo menorzinho, mas o que estava em melhor estado de conservação infelizmente apresentava a orelha esquerda bastante roída...
A conclusão do estudo foi que a presença do Topo Gigio na memória argentina é significativa!
Ponto para los hermanos!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Amor em Paris

Paula acaba de pedir a conta ao garçom. Jantava sozinha em um restaurante caro em Paris, na sua despedida da cidade. Como professora universitária, doutora em sociologia, nem precisava ter feito esse curso de especialização, mas para esquecer um pouco o final de um casamento de mais de dez anos, foi uma boa maneira de colocar os sentimentos em ordem. Depois de um mês em Paris, andando sempre sozinha pelas ruas, conseguira reencontrar sua paz interior.
Não poderia deixar de perceber o casal que jantava na mesa em frente. Mesmo porque parecia que o homem a estava observando. Como nem pensava em novos relacionamentos, procurou não corresponder aos olhares. Era um homem muito elegante, num terno de corte perfeito, e sua acompanhante, uma mulher loira, muito bonita, alguns anos mais nova, também muito bem vestida.
Notou que a mulher se levantou e saiu do restaurante. Passando em frente, pelo vidro, viu que trocou beijos com o homem. Imediatamente, o homem se levantou e sentou-se em uma cadeira na sua mesa.
- Não consegui parar de olhar para você. Gostaria muito de sair com você e minha esposa. Temos um acordo que, se um dia conhecesse alguém que me atraísse muito, sairíamos os três. Nunca traí a minha esposa...
A objetividade do homem a deixou perplexa. Entretanto, ele era realmente interessante...
- Este é o meu telefone. Aguardo desesperadamente a sua ligação.
Paula ficou sem palavras. Como era seu último dia em Paris, não resistiu e, no hotel, que ficava próximo dali, ligou...
- Alô!
- Sabia que você me ligaria! Meu escritório fica a dois quarteirões daquele restaurante. Aguardo sua visita agora... No meu cartão tem o endereço!
Paula andou até o endereço do cartão. Já anoitecia. Nunca tinha vivido nada semelhante. Seu coração batia acelerado. Confiou num estranho. Apenas um cartão. Entrou no edifício, um escritório de advocacia extremamente luxuoso... Tiveram uma conversa impressionante. Falaram sobre suas vidas por mais de três horas. Tudo nele a agradava.
- Olivier, não posso sair com vocês. É muito complicado para mim. E também não vou deixar que você traia a sua esposa.
- Fique mais alguns dias!
- Não posso. Tenho de voltar para o Brasil...
Despediram-se com uma sensação mútua de que algo ficava para trás. Trocaram um beijo apaixonado... Ao sair do edifício, rasgou o cartão e andou em direção ao seu destino...
Um ano depois, arrumando seus papéis, Paula encontra na conta do hotel de Paris o número do telefone de Olivier. Não resiste. Liga.
- Olivier?
- Paula! Não consegui parar de pensar em você por um só instante do último ano...
- Também pensei muito em você...
- Venha para Paris! Preciso de você...
- Mas não posso estragar seu casamento!
- Não se preocupe. Eu e Ellen nos separamos. Disse a ela que me apaixonei por alguém e que, mesmo sem saber seu telefone e endereço, não conseguiria nunca mais parar de pensar em você. Passei cada momento do último ano esperando você me ligar...
Paula está no avião. Pediu licença no trabalho. Nem sabe se volta. Alguma coisa a faz sentir que encontrou o seu verdadeiro amor...

Obs.: Isso aí foi uma tentativa de escrever um conto... Mostrei para uma pessoa que disse que estava formal, previsível e que os personagens não tinham conteúdo psicológico... Para não deletar tudo, resolvi postar... Quem sabe alguém gosta?