sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Os comedores de bico de pão

Existem pessoas que quase me irritam. Não chegam a me deixar indignado, mas algo em mim sai da linha... Uma delas é o comedor de bico de pão. Sabe aquela pessoa que não pode ver um cesto de pães e logo sai arrancando o bico do pão mais bonito?
Eu tenho preferência pelo bico do pão, mas acho que tem de ser um prêmio para quem comeu o resto do pão. Deixo para o final, para terminar em grande estilo. Imagine a sensação de comer um pão que não tem o bico! Não tem a menor graça...
Acho que surge um grande desequilíbrio na natureza quando alguém come só o bico do pão - se quiser comê-lo, que coma todo o pão!!!
Assim, lanço um manifesto à blogosfera:
Preservem o bico dos pães!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Psicologia da pasta de dente

Há muito tempo observo o corpo (bisnaga) da pasta de dente. Acho que é um parâmetro muito fidedigno do estado psicológico de seus usuários e, até mesmo, dos que a observam.
Assim, quem se incomoda com o corpo amassado no meio pode estar demonstrando um traço compulsivo de sua personalidade, assim como quem amassa a pasta no meio pode apresentar dificuldades com raciocínio lógico.
Alguns usuários usam até o último resíduo, apertando até a alma da pobre pasta, o que pode corresponder a um traço de sadismo ou, possivelmente, avareza. Os que exageram na pasta e a substituem antes do final talvez desprezem os bens materiais.
Agora, um tipo interessante é o que se recusa a fechar a tampa, sendo ou não de rosca, o que pode denotar uma aversão às convenções sociais ou até um desprezo pela ciência aplicada, ignorando a ressecabilidade da pasta exposta ao ar ambiente.
O importante é que nunca é tarde para mudar a forma de lidar com a pasta de dente...

domingo, 26 de outubro de 2008

A semana

Na semana passada, fiz lista de intenções e planos. Cumpri só um pedacinho. Era uma lista tríplice - acho que cumprir só um item é aceitável, afinal de contas na de reitor de universidade, o presidente só pode escolher um nome...
Nesta semana, prometo não fazer lista. Também prometo não tomar cerveja (até sexta-feira) e ir à academia umas duas vezes pelo menos.
Pensando melhor, melhor não prometer nada.
É. Acho que ficou melhor assim, não?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

E o alemão dançou!

Minha professora de alemão é legal. Mas, acho que ela é um pouco empolgada. Na última aula, começou a escrever obsessivamente no quadro-negro, marcando 4 eventos em datas diferentes: prova oral, prova escrita, seminário e prova sobre um livro. Só as instruções para o seminário eram umas duas páginas. Anotou também um dever de casa tão comprido que metade da turma fotografou (era grande demais para copiar). Eu até que copiei. Mas perdi a vontade de participar de uma atividade grupal que viria a seguir, que mais parecia um ritual indígena: dois a dois, de costas um para o outro, fingindo que estavam falando ao telefone, num roteiro totalmente transtornado. Ela então olhou para mim e perguntou se eu tinha entendido. Eu olhei bem sério e respondi:
- É que achei meio confuso...
- Mas por quê?
- Porque acho que eu estou no lugar errado: fui abduzido por um disco voador e me despejaram aqui! Uma tremenda sacanagem, não?! (Claro que essa resposta foi só mental)
Segurei a vontade de sair correndo até o fim da aula, mas me senti como se tivesse saído do meu corpo e estivesse observando tudo de outra dimensão...
Evocando os filósofos alemães, acho que o meu hobby chegou ao limite do suportável: bem que eu deveria ter ouvido a minha sábia vizinha milionária:
-Você podia ter arranjado um hobby mais facinho, né!
Mas, a verdade é que meu hobby virou motivo de ansiedade, sofrimento e aí surgiu um duelo mortal!
Ou eu ou ele!
Assim, resolvi dar alta para a minha professora e para o curso.
Mas tenho uma dúvida: só abandono ou aviso que abandonei?
E daqui para a frente, só quero saber de hobby "facinho"!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Meu presente de aniversário!

Acordei de mau humor. Afinal, fazer aniversário numa segunda-feira é o fim da picada! Ter de trabalhar na segunda-feira de manhã no primeiro dia útil do horário de verão também não ajuda. Pensei até que o meu relógio estivesse maluco... Ainda era noite e já tinha de acordar... Manhã alucinante, nem conseguia atender o telefone...
Na hora do almoço, morrendo de fome, já exausto, recebo a ligação:
-Alô? Queria falar com o Sr. Fulano de Tal!
-Pois não? Fulano de Tal falando...
-Parabéns, hoje é seu aniversário!
-Muito obrigado! Mas, quem está falando?
-Aqui é da Editora Globo! O senhor ganhou uma assinatura da revista Época!
-Ah! Legal! Só que não preciso dar o número do meu cartão, não é?
-Precisa sim! Apenas no primeiro mês...
-Amigo, vou lhe pedir um presente: não me dê esse presente!
-Como assim?
-Desculpe, mas não gosto de ganhar presentes. E tenha uma ótima tarde!
Até que fui bonzinho com o cara, não?
O cara liga no meu aniversário, me pega de mau humor, cansado, com fome e ainda tenta me empurrar uma assinatura de revista... Cadê o sindicato do pessoal do telemarketing que deixa o cara fazer um papelão desses?!

sábado, 11 de outubro de 2008

A colher e o milkshake

Há muitos anos sou fiel ao x-egg-frango e ao milkshake de chocolate. Entretando, hoje aconteceu um fato inédito. Fiz meu pedido pelo telefone e recebi a encomenda em casa no tempo previsto. Ao abrir a embalagem do milkshake, não encontrei canudo e, sim, uma colher...
Desde então, não consegui parar de pensar na simbologia do acontecido.
Teria o funcionário da lanchonete me sacaneado?
Estaria querendo dizer que o milkshake estava grosso e seria melhor tomado com a colher?
Seria a colher fruto de uma simples distração?
Estaria o atendente passando por algum sério problema pessoal e não teria a concentração necessária?
Tomei o milkshake sem canudo e sem colher, mas, guardei a colher e a dúvida...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

E eu conheci os confins

Resolvi em cima da hora ir a um congresso em Belo Horizonte. Vim parar num aeroporto chamado "Confins". Agora eu entendi o porquê...
Você demora 55 minutos para ir de Brasília a Belo Horizonte de avião e, depois, o mesmo tempo para ir até a cidade de carro. Interessante...
E depois a gente sacaneia os portugueses, hein?!
E participei de uma roleta russa (portuguesa talvez). Encontrei dois colegas no aeroporto e resolvemos dividir um táxi. Cada um disse o seu destino (nenhum dos três sabia andar em Belo Horizonte e nem se deu ao trabalho de olhar um mapa) e o motorista de táxi fez o itinerário. Dividiríamos o primeiro trecho e os demais arcariam com o restante. Fui premiado! O meu hotel foi o primeiro e, infelizmente, os meus colegas ficavam exatamente do outro lado da cidade... Espontaneamente contribuí com uma parcela maior do que me caberia para ser solidário...
Perdi no DVD e ganhei na roleta russa do táxi!
Mesmo assim, continuo não gostando de jogos de azar...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

E o meu DVD virou um cupom!

Fui a um supermercado na Alemanha para comprar um DVD de desenho animado em alemão com legendas. Escolhi com todo o carinho: Ratatouille! Além disso, comprei dois livros na estante "6 a 10 anos" da seção de livros. Para o meu nível de alemão, estaria ótimo!
Voltei para casa no Brasil e, depois de vários dias e muito esforço de convencimento, consegui alguém para ver o desenho animado comigo!
Para minha surpresa, ao abrir o DVD, descobri que não existia nenhum DVD dentro e, sim, um cupom dizendo que eu estava convidado para uma pré-estréia de um filme da Disney e que iria concorrer a chegar no tapete vermelho com uma limousine! E além disso, poderia escolher entre um aparelho de DVD e outros prêmios, como vários jogos em alemão...
Se eu fosse um alemãozinho e morasse lá, teria ficado muito feliz! Mas sou mais velhinho e moro aqui! Fiquei extremamente decepcionado...
Vou mandar o cupom para a minha mãe pelo correio (acho um "saco" ir às agências dos Correios!) e talvez ela consiga ganhar a viagem de limousine para a estréia do desenho animado... Quanto ao aparelho de DVD, se a promoção ainda estiver válida, talvez ela fique com um de reserva...
E eu fiquei chupando dedo...
Se eu fosse o ditador do Brasil, proibiria qualquer jogo de azar, promoções com prêmios, sorteios, rifas de formatura ou mesmo em quermesses...

domingo, 5 de outubro de 2008

A vingança do guarda-chuva

Hoje pela manhã, fui fazer compras na famosa Feira do Paraguai, lugar onde se encontram produtos "fabricados" nesse país vizinho, que além desse vigor industrial ainda recepciona e "acalenta" nossos automóveis furtados. Procurava uma raquete elétrica, última moda, que eletrocuta os mosquitos sem deixar marcas de sangue nas paredes brancas! Subitamente, recebo um telefonema da minha filha adolescente:
- Paiê, onde você está?
- Estou na Feira do Paraguai...
- Ah! Legal! Compra um guarda-chuva pra mim?
- Claro!!!
A minha vingança não falharia! Depois de ter meus melhores guarda-chuvas perdidos pela adolescente em questão, que sabe que trouxe guarda-chuvas da Alemanha, nada melhor do que ignorar a indireta para que eu desse um dos meus novos e resistentes guarda-chuvas e realmente comprar um à altura do cuidado que ela dispensa ao objeto! E, na primeira barraca que encontrei:
- Quanto custa o menorzinho, mais baratinho...
- 6 reais!
- Dá um desconto? A pessoa vai perder mesmo...
- Claro! 5 reais! Realmente, melhor não comprar caro nesse caso...
Mas, depois da vingança, fiquei meio apreensivo... E se perder o meu guarda-chuva novo à prova de vento e revestido de teflon? Será que não seria melhor comprar outro vagabundo e deixar o meu guardado para um dia especial, com uma chuva realmente importante?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Minha irmã e os pudins

Há vários anos, fomos, já adultos, para um hotel fazenda perto de Brasília. Nada para fazer, mas a comida era fantástica. Assim, o nosso programa era fazer hora para esperar as refeições...
No primeiro jantar, chegamos ao restaurante e, quando minha irmã viu que só restavam duas fatias do pudim de leite condensado, correu e, mesmo antes da refeição salgada, encheu um prato para garantir a sobremesa!
Todos acharam engraçado, mas, no fundo, tiveram uma certa inveja da gulosa...
Fizemos os pratos salgados e, na primeira garfada, não sei se foi o "olho grande" da turma, mas minha irmã conseguiu tropeçar no garfo e arremessar todo o arroz em cima do pudim!
Todos riram e ficaram felizes, pois aquela reserva do pudim não podia ser considerada "fair play"...
Ao mesmo tempo, vimos a cozinheira atravessar o salão com um pudim novinho para substituir o que acabara!
Ontem minha irmã me visitou. Tinha pudim de leite condensado. Eu ofereci e ela não aceitou. Estou preocupado...
Pergunto:
Teria a garota ficado traumatizada?
Seria um sinal precoce de envelhecimento?
Estaria realmente levando a sério a academia e fazendo uma dieta?
A vida é realmente cheia de mistérios...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Decisão errada

Ontem fui trabalhar e levei o meu novo guarda-chuva. Tirei a etiqueta morrendo de pena, lendo umas três vezes que ele era duas vezes mais resistente do que os guarda-chuvas comuns. Deixei no porta-trecos da porta do meu carro. Quando saí, olhei para o céu e, já que não havia nenhuma nuvem e fazia um sol escaldante, decidi deixá-lo protegido no carro...
Cheguei no trabalho e fui logo gozando uma colega que estava carregando um guarda-chuva enorme:
- Que medo, hein?! Se vier essa chuva toda, vamos esfarelar, né!
A tarde foi passando e fui percebendo que umas nuvens estavam se formando. Depois, senti que escurecia um pouco mais rápido do que o usual e, ao olhar pela janela, levei um susto, pois estava se formando uma tempestade! E eu deixara o meu guarda-chuva novo no carro...
Nada contra a chuva, mas de roupa social não é a coisa mais agradável a se encarar...
Terminei o meu trabalho o mais rápido possível, desci de escada os três andares correndo e, ao sair do edifício, alguns pequenos pingos já começavam a cair...
Entrei no carro e, em menos de um minuto, o céu veio abaixo!
Imagina a felicidade! Nem me molhei!
Mas da próxima vez, mesmo com o maior sol, não vou me separar do meu guarda-chuva...