sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Amor em Paris

Paula acaba de pedir a conta ao garçom. Jantava sozinha em um restaurante caro em Paris, na sua despedida da cidade. Como professora universitária, doutora em sociologia, nem precisava ter feito esse curso de especialização, mas para esquecer um pouco o final de um casamento de mais de dez anos, foi uma boa maneira de colocar os sentimentos em ordem. Depois de um mês em Paris, andando sempre sozinha pelas ruas, conseguira reencontrar sua paz interior.
Não poderia deixar de perceber o casal que jantava na mesa em frente. Mesmo porque parecia que o homem a estava observando. Como nem pensava em novos relacionamentos, procurou não corresponder aos olhares. Era um homem muito elegante, num terno de corte perfeito, e sua acompanhante, uma mulher loira, muito bonita, alguns anos mais nova, também muito bem vestida.
Notou que a mulher se levantou e saiu do restaurante. Passando em frente, pelo vidro, viu que trocou beijos com o homem. Imediatamente, o homem se levantou e sentou-se em uma cadeira na sua mesa.
- Não consegui parar de olhar para você. Gostaria muito de sair com você e minha esposa. Temos um acordo que, se um dia conhecesse alguém que me atraísse muito, sairíamos os três. Nunca traí a minha esposa...
A objetividade do homem a deixou perplexa. Entretanto, ele era realmente interessante...
- Este é o meu telefone. Aguardo desesperadamente a sua ligação.
Paula ficou sem palavras. Como era seu último dia em Paris, não resistiu e, no hotel, que ficava próximo dali, ligou...
- Alô!
- Sabia que você me ligaria! Meu escritório fica a dois quarteirões daquele restaurante. Aguardo sua visita agora... No meu cartão tem o endereço!
Paula andou até o endereço do cartão. Já anoitecia. Nunca tinha vivido nada semelhante. Seu coração batia acelerado. Confiou num estranho. Apenas um cartão. Entrou no edifício, um escritório de advocacia extremamente luxuoso... Tiveram uma conversa impressionante. Falaram sobre suas vidas por mais de três horas. Tudo nele a agradava.
- Olivier, não posso sair com vocês. É muito complicado para mim. E também não vou deixar que você traia a sua esposa.
- Fique mais alguns dias!
- Não posso. Tenho de voltar para o Brasil...
Despediram-se com uma sensação mútua de que algo ficava para trás. Trocaram um beijo apaixonado... Ao sair do edifício, rasgou o cartão e andou em direção ao seu destino...
Um ano depois, arrumando seus papéis, Paula encontra na conta do hotel de Paris o número do telefone de Olivier. Não resiste. Liga.
- Olivier?
- Paula! Não consegui parar de pensar em você por um só instante do último ano...
- Também pensei muito em você...
- Venha para Paris! Preciso de você...
- Mas não posso estragar seu casamento!
- Não se preocupe. Eu e Ellen nos separamos. Disse a ela que me apaixonei por alguém e que, mesmo sem saber seu telefone e endereço, não conseguiria nunca mais parar de pensar em você. Passei cada momento do último ano esperando você me ligar...
Paula está no avião. Pediu licença no trabalho. Nem sabe se volta. Alguma coisa a faz sentir que encontrou o seu verdadeiro amor...

Obs.: Isso aí foi uma tentativa de escrever um conto... Mostrei para uma pessoa que disse que estava formal, previsível e que os personagens não tinham conteúdo psicológico... Para não deletar tudo, resolvi postar... Quem sabe alguém gosta?

4 comentários:

dani disse...

eu gostei!

Mwho disse...

Que bom!
Até agora você foi a única!
Obrigado!

Anônimo disse...

Ola, somente hoje estou tomando conhecimento do seu blog, e comecei a ler algumas coisas , por exemplo: Este conto esta bem elaborado no sua ideia porem ao meu ver faltou dar mais ousadia a sua imaginação.Os "parceiros" tiveram coragem para o mais dificil ao meu ver que era se mostrarem e depois recuaram ,ou melhor o autor recuou, e quando retorna com os personagens , volta no conservadorismo tipo religioso do papai e mamãe,é uma pena. mas valeu.Tente soltar mais suas ideias ou em outras palavras as ideias do autor. parabens .Mongol

Mwho disse...

Obrigado pelos comentários.
Acho que esse realmente não é o meu estilo. Prefiro escrever crônicas mais curtas sobre o cotidiano, sempre com algum elemento de humor inserido...