quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A compra do presente

Assumi a responsabilidade pela compra do presente para a festa para a qual meu filho foi convidado. Recentemente, estou me especializando em dar chocolates. Assim, vou até uma loja que já conheço e escolho os bombons de acordo com o perfil da pessoa que vai recebê-los.
Meio atrasado - dei até uma corridinha para chegar mais rápido à loja -, logo na porta, dividi o espaço com uma senhora extremamente gorda. Em parte por cortesia e, em parte por impossibilidade de dois corpos (só o dela já seria até demais) ocuparem o mesmo espaço, cedi-lhe a vez. Má idéia...
A senhora adentrou a loja e logo a tábua corrida estalou ruidosamente. Recebeu imediatamente a atenção (com um sorriso amarelo) da atendente, em parte pelo barulho, em parte pelo balanço do piso, que parecia um navio no mar revolto. E a senhora pesada logo diz:
- Queria quatro caixas de bombons, mas faço questão de escolher tudo pessoalmente!
Eram mais de vinte tipos de bombons e ela ia escolhendo um, dois ou três de cada. Seus olhos brilhavam. A saliva já atrapalhava a articulação das palavras. E fazia comentários e gemia:
- Que delícia! Ui! Nossa! Adoro! Acho que vou querer mais um desses...
Como eu queria comprar apenas duas caixas pequenas de um único tipo de bombom (aniversário de gêmeas - o pior custo-benefício do mercado: dois presentes, uma festa...), depois de dez minutos, comecei a dramatizar uma certa impaciência, olhando para fora repetidas vezes e comentando que teria deixado o carro trancando outro no estacionamento (pequena inverdade...).
A atendente captou a mensagem e chamou outra funcionária que estava estrategicamente escondida...
Comprei as trufas de chocolate ao leite (perfil adolescente), paguei, saí da loja e, por curiosidade, fiquei dentro do carro esperando só para ver quanto tempo a senhora demorava para sair...
Nem precisa dizer que cansei de esperar e fui embora...

2 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Sempre rola uma curiosidade mórbida em relação aos gordos

Mwho disse...

Rodrigo,
Fiquei preocupado com a segurança da atendente. Acho que o risco da cliente assaltá-la era real!
Os bombons corriam perigo...