Já faz alguns anos que morei numa cidade do nordeste. Boas lembranças e algumas histórias...
Certa vez, ganhei um presente do vigia noturno do meu prédio, que era um senhor bem velhinho, muito simpático, com o qual eu todos os dias conversava um pouco depois de chegar do trabalho...
- Tenho um presente para o senhor!
- Ora, não precisava...
Pois o velhinho segurava uma galinha caipira viva amarrada pelos pés e a balançava como quem a estava pesando e, pelo seu sorriso, devia ser um presente valioso!
- Ah! Muito obrigado! Não precisava...
Não podia fazer desfeita. Caramba! Uma galinha viva. O que eu iria fazer com ela?
Coloquei a galinha no porta-malas do carro e fui em direção à casa de praia do meu avô. No caminho, tive uma idéia. Parei numa banca de frutas e fiz a oferta para a vendedora:
- Escuta, tenho uma galinha caipira viva no porta-malas do meu carro e gostaria de trocá-la por frutas. Topa?
A mulher olhou para mim meio desconfiada e disse:
- Primeiro, quero ver a galinha...
- Perfeitamente!
Abri o porta-malas e disse:
- Pode pegá-la!
A mulher pegou a galinha pelos pés e deu uma balançada igual à que o velhinho tinha dado e abriu um sorriso enorme:
- Quanto de frutas você quer pela galinha?
Como não sabia o valor da mercadoria, respondi:
- Coloque no porta-malas do meu carro a quantidade que você achar justa...
A mulher encheu até a tampa do porta-malas do meu carro de frutas!
Foi aí que eu compreendi que a galinha caipira valia bastante e a forma de avaliar isso era naquela balançada...
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