terça-feira, 26 de agosto de 2008

O dia em que o Zé Artur ficou meu amigo

O Zé Artur era o terror da escola. Era mau, maior, mais forte e mais gordo. Jogava todo mundo nas latas de lixo. Não gostava de estudar e era o típico marginalizado que todos evitavam até olhar...
Eu era um dos menores, estudioso, usava óculos. Passava por uma fase rebelde só em casa, ainda resíduo da separação dos meus pais, diziam os entendidos.
Pois fui parar no psicólogo. Era uma clínica bem chata, onde tentaram me ensinar técnicas de relaxamento e alguma coisa além disso de que não consigo me lembrar.
A grande lembrança é do encontro que tive com o Zé Artur. Quando ele me viu na clínica, inicialmente, pensei em fugir, mas o seu olhar foi tão terno e solidário, que não pude evitá-lo. Ele se aproximou, parecendo muito feliz, se identificando com o bom aluno comportado, que, como ele, também freqüentava aquele estabelecimento corretivo, me cumprimentou sinceramente e me abraçou. Fiquei até comovido. O terror da escola me abraçando como um amigo...
E foi aí que consegui escapar definitivamente da lata de lixo!
Pelo menos para alguma coisa valeram as idas à clínica psicológica...

8 comentários:

Thais disse...

E quando vcs se encontraram na escola de novo, o Zé Artur ainda era seu amigo ou voltou a ser mau?

Mwho disse...

Thais,
Continuou muito mau!
Mas passou a me poupar...

Rodrigo Carreiro disse...

Porque toda escola tem sempre um desse?

Mwho disse...

Rodrigo,
Só muda o nome do mala!

Sunflower disse...

eu era uma alfa puppy.

beijaaaa

Mwho disse...

Sun,
Was ist das?

Thais disse...

Acabei de lembrar que um dos maus da minha escola tbm era grande, chato e gordo!
E me chamava de olívia palito.. é claro, eu era magrinha, e ele gooordo.. a diferença ficava ainda maior *rs

Mwho disse...

Thais,
Tudo é uma questão de referencial!