Antes da internet, inventaram o Disque-amizade. Você telefonava e entrava numa sala de conversação com outras pessoas. Foi um sucesso. Resolvi experimentar.
Tinha uns 17 anos. Na primeira ligação, comecei a conversar com uma garota da minha idade e, depois de alguns minutos, só falávamos entre os dois. Decidimos, então, conversar em particular.
Uma conversa deliciosa. Falávamos sobre tudo. Ficamos horas ao telefone. No final, já rolava uma certa intimidade, com uma sensualidade suave e implícita.
No dia seguinte, novamente passamos horas conversando - e olha que até hoje meus telefonemas são telegráficos! O inevitável ocorreria. Estávamos encantados um com o outro: teríamos de nos encontrar!
Nas nossas conversas, além das afinidades gerais, a curiosidade era enorme e a imaginação corria solta. Imaginávamos a cor dos olhos, as feições, as roupas preferidas, as silhuetas. Ela comentou que era alta, não disse ao certo a altura, mas insinuou que teria em torno de 1,80m, mudando logo de assunto. Pensei que 1,80m não seria problema, pois tenho pouco menos...
Combinamos nosso encontro. Debaixo do prédio onde ela morava, que era perto da minha casa. Cheguei na hora, o coração batendo rápido, um calor desproporcional ao clima, a adrenalina no máximo...
Ao avistá-la, logo a reconheci pelo olhar e comecei a subir uma escada para me aproximar. Embora não me lembre do seu nome ou do seu rosto, a cena ficou marcada na minha memória: a cada degrau (e eram muitos!), ela ficava mais alta e seu olhar revelava o que eu pensava – tinha muito mais do que 1,90m! Quando nos cumprimentamos, senti que ela ficou tão envergonhada que, no auge da minha timidez, só consegui sentir o sofrimento dela. Lembro que conversamos incomodamente por poucos minutos, nunca mais nos vimos e um bloqueio adolescente idiota enorme cancelou o que poderia ter sido um grande relacionamento...
Tinha uns 17 anos. Na primeira ligação, comecei a conversar com uma garota da minha idade e, depois de alguns minutos, só falávamos entre os dois. Decidimos, então, conversar em particular.
Uma conversa deliciosa. Falávamos sobre tudo. Ficamos horas ao telefone. No final, já rolava uma certa intimidade, com uma sensualidade suave e implícita.
No dia seguinte, novamente passamos horas conversando - e olha que até hoje meus telefonemas são telegráficos! O inevitável ocorreria. Estávamos encantados um com o outro: teríamos de nos encontrar!
Nas nossas conversas, além das afinidades gerais, a curiosidade era enorme e a imaginação corria solta. Imaginávamos a cor dos olhos, as feições, as roupas preferidas, as silhuetas. Ela comentou que era alta, não disse ao certo a altura, mas insinuou que teria em torno de 1,80m, mudando logo de assunto. Pensei que 1,80m não seria problema, pois tenho pouco menos...
Combinamos nosso encontro. Debaixo do prédio onde ela morava, que era perto da minha casa. Cheguei na hora, o coração batendo rápido, um calor desproporcional ao clima, a adrenalina no máximo...
Ao avistá-la, logo a reconheci pelo olhar e comecei a subir uma escada para me aproximar. Embora não me lembre do seu nome ou do seu rosto, a cena ficou marcada na minha memória: a cada degrau (e eram muitos!), ela ficava mais alta e seu olhar revelava o que eu pensava – tinha muito mais do que 1,90m! Quando nos cumprimentamos, senti que ela ficou tão envergonhada que, no auge da minha timidez, só consegui sentir o sofrimento dela. Lembro que conversamos incomodamente por poucos minutos, nunca mais nos vimos e um bloqueio adolescente idiota enorme cancelou o que poderia ter sido um grande relacionamento...
8 comentários:
Cara, que triste. Eu achei que você ia se econtrar com uma mulher horrenda e sacanear, bla bla bla... Mas po...
Rodrigo,
A idiotice na adolescência é uma coisa profunda...
na minha época tinha uma coisa que chamava "linha", acho que a gente discava inúmeros zeros e caia numa rede com muitas outras pessoas.... o legal era que nos encontros tinha sempre uma multidão enorme, intensa... diferente de Internet...
bem diferente...
pensa nela correndo de salto alto...
tão charmosa qto o pinocchio.
Seus traumas poderiam ter sidos MAIORES.
Beijaaa
Oi! obrigada pela visita =)
aiai, a adolescência. ainda bem que passa, pra alguns, pelo menos
quando tinha uns 15 anos um cara supostamente discou errado pra ex e caiu na minha casa. Ele desfiou um rosário de desculpas antes de me deixar dizer que era engano, o que o deixou muito sem graça. Depois o cara me pediu conselhos sobre como falar com a mulher e tal.
não deu certo, e ele voltou a ligar (eu disse que ele podia ligar depois) pra me contar e bater papo. Marcamos de nos encontrar nun shopping. Cheguei, esperei uns cinco minutos, e ele nada. Apertei o foda-se e peguei um cinema.
depois fiquei me perguntando se ele tinha chegado atrasado, ou teve um ataque súbito de timidez
Dani,
Naquela época a solidão era muito mais difícil... Hoje, com a internet, as distâncias ficaram virtuais... Esperar uma carta era uma novela!
Sun,
Ali não tinha jeito mesmo! Era trauma pra tudo que era lado...
Stephanie,
Vai ver que a sua coragem assustou o cara! Na adolescência, as mulheres são seres enormes perto dos homens...
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