Estava no 3º ano do 2º grau. Ia fazer o vestibular no final do ano. Estudava muito. Sonhava em um dia ainda ser jogador de futebol, depois de terminar a faculdade. Claro que ia ter de melhorar bastante... Foi aí que fiquei apaixonado. Colega de turma, morena, cabelos negros e longos, não via defeitos. O peito até doía quando pensava nela - ficava até sem ar. Jamais tive coragem de abrir o jogo. Preferi passar tardes e tardes sofrendo - cheguei até a ser consolado por uma amiga... Mas não adiantou. Só sei que sofri o ano todo.
Passou-se o tempo. Passei no vestibular. Continuei a vida e, uns três anos depois, encontrei o meu antigo amor platônico num calçadão, numa cidade de praia. Parei para conversar com ela e, com um pouco de dificuldade, confessei o amor do passado!
- Sabia que eu era perdidamente apaixonado por você durante todo o 3º ano?
- O quê? Não brinca! Eu também era...
Acho que o diálogo durou mais alguns segundos. O tempo tinha passado e eu não era mais apaixonado por ela. Mas, o mais importante, foi que eu vi o quanto fui idiota durante um ano inteiro e isso me irritou demais...
Hoje, muitos anos depois, nem penso mais em ser jogador de futebol, pois o Romário, que tem a minha idade, já não consegue jogar. Mas não tem problema. Pelo menos já consigo domar a minha timidez! E me sinto menos idiota...
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2 comentários:
Mowho!
somos idiotas na adolescência. somos sempre idiotas.
dê um saque nesse conto:
http://espalitandodente.blogspot.com/2007/07/com-outros-olhos.html
abração
Bono,
Acho que já somos idiotas na infância! Depois vou escrever uma história real que prova isso de forma indiscutível!
Vou ler o seu conto depois, com calma. Li um conto seu de um corcunda que achei obra de arte!
Grande abraço,
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