sábado, 29 de novembro de 2008

Eu adoro os cinechatos!

Na adolescência, eu gostava de ir sozinho, aos sábados à tarde, naqueles cinemas alternativos, ver filmes "cabeça", nem sei bem por quê. Até o dia em que assisti a um filme do Godard e, no final, o personagem principal dá um tiro na cabeça e tudo acaba sem terminar na minha cabeça...
Desde então, assumi que gosto mesmo é de filme de Hollywood, de preferência com gente famosa e bonita! Se der umas choradas, melhor ainda! Até dou uma colher de chá para os filmes de nossos hermanos e para os nacionais também (adoro "Cidade de Deus").
Mas eu ia falar dos cinechatos, dando seqüência à trilogia enochatos e gastrochatos. Tenho uma relação muito interessante com os cinechatos, principalmente os que escrevem sobre cinema no jornal da minha cidade, o Correio Braziliense. Uma vez, convenci minha mulher a ir ver um filme chamado "Felicidade", que diziam ser uma comédia e, depois de meia hora de pedofilia explícita, fui abandonado e ainda levei a maior bronca. Mas, depois, aprendi a interpretar os sinais dos cinechatos. Ontem, provei a mim mesmo que eles podem ser muito úteis!
Li o comentário do cinechato de plantão sobre o filme "Queime depois de ler", dos irmãos Coen. O cara dizia que o filme era horrível e que os atores (Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich etc.) tinham ido muito mal! Corri para o cinema e aproveitei!
Viu! Os cinechatos podem ser úteis: se eles não gostarem, são boas as chances do filme ser bom!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Repetir vale a pena?

Tenho um colega de trabalho que não é muito objetivo e, logicamente, tem de repetir tudo várias vezes. O trabalho dele rende três vezes menos. Quando expressa seu ponto de vista, além de prolixo, repete várias vezes o que diz. Desenvolvi uma técnica defensiva que uso quando tenho de pedir alguma coisa para ele: repito tudo umas três vezes. Não arrisco!
Tem funcionado bem. Ele não esquece. Mas isso tem me cansado...
Acho que minha paciência está na reserva...
Vou tentar manter um pouco de distância...
Ou parar de repetir...
Repetir cansa...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A ventosa insana

Certas coisas merecem ser esquecidas, mas acabo de ser lembrado de uma mancha da minha história. Digamos que uma mancha roxa...
Há alguns anos, num dia de ócio, com a cabeça vazia, estava vendo televisão deitado no sofá e, como distração, peguei um dardo de brinquedo (daqueles que têm uma ventosa na ponta, para grudar na parede) e fiquei brincando com a minha testa:
- Ploct!
- Unploct!
- Ploct!
- Unploct!
Quando parei com a brincadeira e desliguei a televisão, fui avisado de que tinha uma marca roxa perfeitamente redonda no meio da testa...
Não doeu nada, mas no outro dia, tive de dar algumas explicações no trabalho:
- Que foi isso, cara?
- Você não vai acreditar, mas tropecei e bati a testa na parede!
Às vezes, uma mentirinha facilita as coisas...

sábado, 22 de novembro de 2008

Os gastrochatos

Tenho um amigo que cozinha bem e não é mascarado. Mas é o único! O mais comum é o cara ser extremamente exibicionista, com necessidade de ser o centro das atenções... Acham-se os gênios e os artistas e nem sempre justificam a pose.
Fui a um jantar na casa de amigos. Chegou a estrela, o cara que ia cozinhar... Primeiro, deu um escândalo porque as panelas não eram dignas. Mandou sua mulher ir até a sua casa buscar sua panela e o aventalzinho. Depois, cozinhou e obrigou todos a ficarem em volta dele na cozinha. A comida ficou razoável, mas enquanto todos não o elogiaram, ele não descansou. Depois do jantar, a surpresa: trouxe o seu violão e obrigou todos a ouvirem o seu repertório até o final (e não era bem o que a maioria gostava de ouvir). Foi uma noite inesquecível (infelizmente)...
Então, tenho mais medo dos gastrochatos do que dos enochatos... Pelo menos os enochatos não fazem o vinho...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A lógica do carro

Trabalhamos para ter alguns bens de consumo e um dos principais é o carro.
Compramos um carro, pagamos as prestações, o IPVA, o seguro, a taxa de licenciamento e agora também uma taxa para fiscalizarem se estamos poluindo demais. Não nos esqueçamos do combustível, das multas, dos pedágios, dos estacionamentos pagos, dos flanelinhas, das lavagens, das revisões, das trocas de óleo e dos consertos de pára-choques que agora são pintados (antes, eram pretos, de plástico e não tão frágeis). Os mais sofisticados vão dizer que o carro também deprecia e que há o custo da perda de oportunidade (mais ou menos como o que poderíamos ganhar investindo o capital aplicado no carro).
Trabalhamos mais ainda para ter um carro mais caro e os custos aumentam proporcionalmente...
Será que não seria melhor vender o carro e trocar o trabalho por um mais agradável e que pague menos?
Dependendo do carro, dava até para ficar uns tempos sem trabalhar...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A lógica do sono

- Pai, acho que a lógica do sono está invertida...
- Como assim?
- A gente vai dormir sem muito sono e, depois, acorda morrendo de sono. Não seria o caso de ir dormir só quando não se puder mais de jeito nenhum ficar acordado e acordar quando o sono acabar?
- ???
Bem, para quem teve como única preocupação da semana uma corda de guitarra arrebentada, até que a reflexão foi interessante! Pena que as escolas, os empregadores e os clientes talvez não se adequassem bem à nova ordem das coisas...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A musiquinha do Fantástico

Desde a adolescência, sinto algo devastador aos domingos, quando ouço aquela musiquinha do Fantástico. Acho que tem a ver com o final de semana que está acabando, com todos os planos não realizados ou com os planos realizados (já no passado)...
Sempre que toco no assunto, constato que todo mundo sente a mesma coisa...
Não seria o caso de fazermos uma campanha nacional para que eles tirassem a música do encerramento do programa e fizessem um minuto de silêncio pelo fim do domingo?
Ou poderíamos organizar um protesto silencioso: todos os telespectadores apertariam a tecla "mute" por um minuto...
Até quem não assiste ao programa (meu caso) não fica excluído do fenômeno televisivo-depressivo, pois sempre vai ter alguém na vizinhança com a TV ligada!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Beatles forever

Quatro amigos, três dos quais flamenguistas, estão reunidos num churrasco. Lá pelas tantas, um deles, o único que ainda não é flamenguista, inadvertidamente, coloca uma música dos Beatles no som...
- Cara, você colocou uma música dos Beatles no dia do jogo do Flamengo! Sempre que isso acontece, o Mengão perde...
Aquele silêncio. Os outros dois flamenguistas também acreditam cegamente na superstição... O quarto amigo, extremamente sentido, quase chora de arrependimento, mas diz:
- Vai ser o dia da quebra do tabu! Vocês verão!
Todos vão embora, um mais cedo para ver o jogo pela televisão, os outros dois, que não pagam o pay-per-view, vão ouvindo pelo rádio mesmo...
Mengão 5x2 Palmeiras!!!
No dia seguinte, a primeira mensagem que recebo do amigo ainda não flamenguista:
"Beatles forever!"
Valeu! A escrita foi quebrada! O nosso querido amigo ainda não flamenguista ficou aliviado. Mas, para falar a verdade, os Beatles são meio chatos. Preferimos Rolling Stones...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A compra do presente

Assumi a responsabilidade pela compra do presente para a festa para a qual meu filho foi convidado. Recentemente, estou me especializando em dar chocolates. Assim, vou até uma loja que já conheço e escolho os bombons de acordo com o perfil da pessoa que vai recebê-los.
Meio atrasado - dei até uma corridinha para chegar mais rápido à loja -, logo na porta, dividi o espaço com uma senhora extremamente gorda. Em parte por cortesia e, em parte por impossibilidade de dois corpos (só o dela já seria até demais) ocuparem o mesmo espaço, cedi-lhe a vez. Má idéia...
A senhora adentrou a loja e logo a tábua corrida estalou ruidosamente. Recebeu imediatamente a atenção (com um sorriso amarelo) da atendente, em parte pelo barulho, em parte pelo balanço do piso, que parecia um navio no mar revolto. E a senhora pesada logo diz:
- Queria quatro caixas de bombons, mas faço questão de escolher tudo pessoalmente!
Eram mais de vinte tipos de bombons e ela ia escolhendo um, dois ou três de cada. Seus olhos brilhavam. A saliva já atrapalhava a articulação das palavras. E fazia comentários e gemia:
- Que delícia! Ui! Nossa! Adoro! Acho que vou querer mais um desses...
Como eu queria comprar apenas duas caixas pequenas de um único tipo de bombom (aniversário de gêmeas - o pior custo-benefício do mercado: dois presentes, uma festa...), depois de dez minutos, comecei a dramatizar uma certa impaciência, olhando para fora repetidas vezes e comentando que teria deixado o carro trancando outro no estacionamento (pequena inverdade...).
A atendente captou a mensagem e chamou outra funcionária que estava estrategicamente escondida...
Comprei as trufas de chocolate ao leite (perfil adolescente), paguei, saí da loja e, por curiosidade, fiquei dentro do carro esperando só para ver quanto tempo a senhora demorava para sair...
Nem precisa dizer que cansei de esperar e fui embora...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Antes do Photoshop

Há muitos anos (infelizmente!), tirei uma foto 3x4 perto de casa e, aos 18 anos, foi a melhor foto da minha vida! Realmente foi a foto perfeita e até emoldurei a carteira de identidade que a recebeu...
De lá para cá, muitas fotos rolaram e nenhuma ficou tão legal... Claro que cada vez fico mais esperto e evito ficar encarando muito os espelhos...
Mas, naquela época, não existia o Photoshop e então, ao contrário das capas das revistas de hoje, posso até tirar onda que aquilo era real.
Entretanto, todos os dias passo em frente à antiga loja de fotos - que não existe mais - e fico pensando num detalhe: hoje funciona lá uma escola de desenho e o dono é o mesmo; naquela época, o pessoal retocava as fotos e nem se falava nisso; e o cara devia ser mesmo bom no retoque, pois virou professor de desenho!
Prefiro não acreditar que a minha foto foi tão retocada...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Chuva em Brasília

Cai uma chuva fina.
O céu, o dia, tudo cinzento.
Um pouco triste...
Mas antes Bélgica
Do que o deserto!
Depois de uma manhã em casa,
Tenho de ir trabalhar.
Ligo o rádio numa estação de música.
Hoje não quero notícias.
A música me emociona,
Tudo esfarela...
Passa um filme da minha vida.
Acho que hoje é Ano Novo!
De repente, que merda!
Notícias da hora...
Desligo o rádio.
Já estou chegando...
A chuva aumenta.
Trabalho.

domingo, 9 de novembro de 2008

Qual o pior presente que você já deu?

- Pai, compra um presente pra minha amiga? Tem festa no sábado...
- OK. Pede pra sua mãe...
- Pai, sabe o que é? No ano passado, o presente que minha mãe comprou não deu muito certo...
Lembrei então do acontecido. Minha mulher, artista plástica, cheia de idéias mais de arquiteta do que de engenheira, comprou uma caixinha de jóias para uma adolescente, decorada com embalagens de chiclete Adams e, depois, foi até uma distribuidora de balas e recheou a caixa com chicletes de todas as variedades...
Muito criativo.
Mas, para o azar do convidado que entregou o presente, a menina tinha acabado de colocar aparelho fixo nos dentes...
- Filho. Tudo bem. Nem pede pra sua mãe. Deixa comigo...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O filme de PVC

Uma das coisas mais irritantes da minha existência é o tal do filme de PVC que habita a minha cozinha. Sempre que me ofereço ou me oferecem para que ajude a arrumar a cozinha, aparece o tal filme de PVC. Já começo não conseguindo achar o começo da coisa, sentindo saudades do durex, que não era tão complicado como eu pensava. Depois, ele rasga, enrola, me engana e, quando vejo, estou totalmente atrapalhado.
Acho que o problema não é de coordenação motora. Espero que seja um drama universal, pois se todo mundo me disser que ele é a coisa mais prática da cozinha, realmente tudo vai ficar mais cinza na minha vida, sem falar na minha auto-estima...
É por causa do filme de PVC que eu adoro aqueles potes de plástico. Todas as formas, cores e tamanhos, só para fugir da dura realidade: o filme de PVC!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Créditos intercambiáveis

Os países que conseguem poluir menos ganham créditos de carbono que podem ser comercializados no mercado internacional. Proponho a criação de créditos intercambiáveis que poderiam ser trocados por integrantes de comunidades virtuais.
Assim, quem gosta de academia, poderia malhar além do necessário e adquirir créditos de abdominais, por exemplo, que poderiam ser negociados com aqueles que gostam e conseguem estudar alemão, por exemplo.
No final, em termos práticos, eu poderia fazer uns abdominais para aprender melhor o alemão e quem quisesse fazer menos abdominais poderia me ceder uns créditos de alemão.
Mas, o problema é que ainda não sei se prefiro fazer abdominais ou estudar alemão...

Como ressuscitar o alemão

Pode ser de qualquer marca, mas a Baden Baden caiu muito bem. Antes da aula, um copo cheio. Parece que o ritmo melhora, a compreensão também. Aquela sensação de alienígena fica menos nítida. Da segunda vez, um pouco de Cointreau. Dando certo. Ainda não inventaram bafômetro escolar - acho que vale. Na terceira vez, a seco. Sobrevivi. Acho que da próxima também vai ser só na água mineral.
Será que vou chegar ao final do semestre?
Na última aula, a frase da professora foi impactante:
- Vocês vão de Powerpoint ou têm algo a dizer?
Como se o Bill Gates tivesse alguma coisa a ver com o seminário...
Agora é que eu vou de .ppt!
Só para contrariar!!!