Na adolescência, eu gostava de ir sozinho, aos sábados à tarde, naqueles cinemas alternativos, ver filmes "cabeça", nem sei bem por quê. Até o dia em que assisti a um filme do Godard e, no final, o personagem principal dá um tiro na cabeça e tudo acaba sem terminar na minha cabeça...
Desde então, assumi que gosto mesmo é de filme de Hollywood, de preferência com gente famosa e bonita! Se der umas choradas, melhor ainda! Até dou uma colher de chá para os filmes de nossos hermanos e para os nacionais também (adoro "Cidade de Deus").
Mas eu ia falar dos cinechatos, dando seqüência à trilogia enochatos e gastrochatos. Tenho uma relação muito interessante com os cinechatos, principalmente os que escrevem sobre cinema no jornal da minha cidade, o Correio Braziliense. Uma vez, convenci minha mulher a ir ver um filme chamado "Felicidade", que diziam ser uma comédia e, depois de meia hora de pedofilia explícita, fui abandonado e ainda levei a maior bronca. Mas, depois, aprendi a interpretar os sinais dos cinechatos. Ontem, provei a mim mesmo que eles podem ser muito úteis!
Li o comentário do cinechato de plantão sobre o filme "Queime depois de ler", dos irmãos Coen. O cara dizia que o filme era horrível e que os atores (Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich etc.) tinham ido muito mal! Corri para o cinema e aproveitei!
Viu! Os cinechatos podem ser úteis: se eles não gostarem, são boas as chances do filme ser bom!