segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Que venha a chuva!!!

Todos os anos, a história se repete. Brasília fica um tempão na seca e, nas primeiras chuvas, compro um guarda-chuva no primeiro camelô que encontro e, no primeiro vendaval, já fica todo torto... Aí agüento com a porcaria do guarda-chuva o final das chuvas e o jogo na lata de lixo...
Pois aproveitei a minha viagem à Alemanha para procurar um guarda-chuva que fosse resistente ao vento! Depois de esquecer o meu guarda-chuva de grife (brinde!) no quarto do hotel em Buenos Aires, resolvi que, por uma questão de honra, agora seria diferente...
Encontrei um guarda-chuva de alumínio que tinha escrito na etiqueta que era resistente ao vento e revestido de teflon! 10 Euros! Perfeito! Não entendi o porquê do teflon, mas acho que dá até para fritar ovo...
Quero ver entortar!
Que venha a chuva!
E pode vir com vento que eu estou preparado!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dúvidas em Portugal...

Voltando da Alemanha, passei um dia em Lisboa, Portugal. Saí para jantar e, depois de meia hora, percebi que dois caras que conversavam numa língua estranha na mesa ao meu lado não eram russos: eram portugueses!
Depois, assistindo à televisão local, vi um cantor português, estilo galã, fazendo uma propaganda que estimulava as pessoas a terem os seus "encostos"... Caramba, no Brasil, ninguém quer ter um encosto!
Para finalizar, folheando um jornal local, esperando a van que ia para o aeroporto, comecei a olhar os classificados, vendo os preços dos imóveis e, para satisfazer a curiosidade, não pude deixar de reparar na enorme quantidade de anúncios de acompanhantes para todos os gostos. Só que uma coisa me chamou realmente a atenção: várias das anunciantes usavam o adjetivo "peluda" como uma grande qualidade!
Estranhos esses portugueses, não? Se você puder me tirar alguma dessas dúvidas...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fatos intrigantes na Alemanha



Uma das minhas primeiras constatações aqui na Alemanha foi que o papel higiênico me pareceu meio estranho. Ao observá-lo mais de perto, achei-o bastante espesso e resolvi dissecá-lo para descobrir o motivo. Minha desconfiança se mostrou real: descobri que ele tinha folhas quádruplas (foto inferior)!

Ainda intrigado, fui atrás da embalagem e minha descoberta correspondia à realidade (foto superior). Daí em diante, enveredei por uma análise filosófica profunda em busca das origens do fato, inspirado por autores locais, mas não consegui ir muito longe...

No Brasil, sempre que vou ao supermercado, observo que os papéis melhores são mais caros porque têm folhas duplas. Os mais simples têm folha única...

Nunca tinha ouvido falar em folha quádrupla...

Assim, proponho um novo índice para classificação dos países: o IPH.

IPH significa índice do papel higiênico. Os países com menor IPH (1) só têm papel higiênico de folha simples. Os emergentes chegam a ter folha dupla (2). Se tiverem folha tripla, melhor ainda (3). Se alcançarem o nível maior (4), é porque têm folhas quádruplas. A escala vai de 1 a 4, mas é possível que exista algum país com índice 5 (?!), ou algum bem primitivo com índice FB (folha de bananeira)...

domingo, 21 de setembro de 2008

Carne de Bambi




Quando eu era pequeno, lembro que sempre chorava com a história do Bambi, que perdia a mãe assassinada por um caçador. Estando em férias na casa da minha mãe, no norte da Alemanha, depois de passear no bosque e cortar lenha, descubro que prepararam um jantar em minha homenagem e acontece o diálogo abaixo:

- Reservamos um jantar muito especial para você, abatido no último inverno...

- Ah! Que legal! E o que vamos comer?

- Carne de veado!

- Fala sério! Eu chorava com a história do Bambi... E além do mais, se eu colocar no blog que eu vim até a Alemanha para comer veado, pode ser dificílimo explicar. Tem uns caras de Salvador que vão me sacanear... E as minhas leitoras vão me denunciar ao Greenpeace!

- Pelo menos prova, não vai fazer desfeita, né?! Foi preparado lentamente, só com manteiga...

- Piorou!

- É só você omitir a informação!

- Tudo bem, mas por uma questão de ética, vou ter de relatar assim mesmo...

E, assim, um trauma de infância foi finalizado pelo estômago.

E, sabe que a carne do Bambi é até interessante! Tudo bem que aquela geléia vermelha em cima ainda traz algumas lembranças, mas nem todo dia é da caça...

sábado, 20 de setembro de 2008

Turismo diferente




Que paisagem!

Tantas BMW's

Realmente novas,

De diversos modelos

E cores.

Prontas para

Ganhar o mundo

Ainda sem donos,

Sem conhecer buracos

Arranhões, motoristas

E flanelinhas...

Isso também é poesia...



terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não existe cidade sem poesia...


Era uma vez
Um lobinho bom
Que era maltratado
Por todos os cordeiros.

E havia também
Um príncipe mau,
Um bruxa bonita
E um pirata honrado.

Todas essas coisas
Havia uma vez.
Quando eu sonhava
Um mundo ao contrário.

(José Agustin Goytisolo)

Tradução livre
Fotografia: La Recoleta, Buenos Aires, jul/08

domingo, 14 de setembro de 2008

Opção de vida

Quando minha irmã tinha uns 3 anos, resolveu sair pela janela do apartamento e passear pela parte externa do edifício. Logo se viu num vão sem proteção, com poucos centímetros de largura, encostada na parede, com o porteiro do edifício de braços abertos esperando sua queda...
Ainda bem que era primeiro andar, mas a solução para o problema foi bem criativa. Minha mãe a chamava da janela, quase desesperada, mas ela não obedecia e ficava mirando a altura e a liberdade do possível vôo...
Mas, subitamente, teve minha mãe uma brilhante idéia: lembrou-se de uma barra de chocolate que tinha guardada e a mostrou para a jovem aventureira. Na mesma hora, ela desistiu do espetáculo e voltou para conquistar o seu prêmio: o chocolate!
Todos, mais cedo ou mais tarde, estabelecem prioridades em suas vidas...

sábado, 13 de setembro de 2008

Churrasco de coala

Há alguns anos, eu era um dos melhores churrasqueiros da família. Meu estilo era o tradicional - só usava sal grosso. Num final de semana, cheguei à casa do meu pai antes de todos e resolvi começar os trabalhos...
Coloquei o carvão na churrasqueira e, para acender, não dispensava o álcool! Procurei onde achei provável encontrar e consegui um frasco de plástico com conteúdo parecido com o do álcool! O fogo pegou bem! Coloquei as carnes para assar e comecei a sentir um cheiro de sauna. Achei que era do vizinho. Quando o pessoal chegou, disseram que a rua inteira estava com cheiro de eucalipto...
O churrasco ficou horrível, com gosto de eucalipto, é claro! E eu descobri que o álcool que eu tinha usado para acender o fogo era a essência de eucalipto da sauna!!!
Meu churrasco é famoso até hoje como o "Churrasco de Coala"!
E eu nunca mais fiz um churrasco. Acho que a fumaça me faz mal...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O meu humor e a Bolsa de Valores

Sou um cara meio incrédulo, mas, de uns tempos para cá, comecei a perceber que o meu humor do dia acompanha de perto o desempenho da Bolsa de Valores. Não é questão de ter ou não dinheiro aplicado, mas, inexplicavelmente, à noite, dou uma olhadinha no gráfico do IBOVESPA e posso entender o que se passou comigo durante o dia...
Se estou meio triste durante a semana e subitamente melhoro, é só conferir que a Bolsa de Valores se recuperou. Se fico triste por mais dias, é porque o cenário econômico não anda bem. E olha que a minha profissão não envolve nada disso. Comecei então a ler os comentaristas econômicos antes de sair de casa (em vez do horóscopo)...
Algumas pessoas que me conhecem percebem na minha cara o meu estado de humor. Não consigo esconder nada. Estou com medo dos corretores da Bolsa de Valores me grampearem com uma webcam e basearem suas ações nas minhas feições...
Já que em Brasília quase todo mundo é grampeado, acho que vão ter um monitor lá no pregão da Bolsa de Valores mostrando minhas expressões faciais em tempo real...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O dia em que não aprendi a nadar

Quando eu tinha uns 5 anos, meu avô inaugurou a piscina da sua chácara, que se chamava "Cova das onças" em homenagem à minha avó, minha tia e minha mãe. Era uma piscina de água escura, corrente, naquela época em que não se usava tratamento de água - quando passou o filme "Tubarão", não tinha coragem nem de colocar o pé dentro da água...
Na inauguração, me disseram que me escondi e chorei bastante porque queria ir para a água, mas, como não sabia nadar, tinha medo de morrer. Depois de muita conversa, aceitei entrar na piscina, usando uma bóia (câmara de ar de automóvel).
Meus primos mais velhos resolveram apostar uma corrida e eu, com minha bóia preta, também quis participar. Quando deram a largada, pulei por último e nem percebi que a bóia voou longe. Dava braçadas aceleradas para tentar alcançar os primos e já estava no meio da piscina quando minha avó gritou:
- Salvem o menino que ele não sabe nadar!
Quando ouvi o grito da minha avó, subitamente, parei de nadar e me lembrei de que não deveria estar nadando sem a bóia, pois não sabia nadar (embora estivesse nadando!).
Aí me salvaram, mas, se minha avó não estivesse me vigiando, certamente iria chegar ao outro lado da piscina!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sorvete é melhor do que academia!

Hoje à tarde, num calor alucinante aqui em Brasília, com aquela vontade invertida de ir à academia e aquele quilo a mais adquirido no final de semana, resolvi tomar um sorvete para aliviar...
(Ego) - Só uma bola, não deve ter tantas calorias assim, né?
(Superego) - Vai ter de correr 20 minutos só para queimar a bola!
(Ego) - Cara, faz tempo que não tomo um sorvete, peço sem casquinha, no copinho de plástico!
(Superego) - Então vai logo pra ver se ainda dá uma malhadinha antes da sua aula...
(Ego) - Duas bolas, pistache e graviola, por favor!
(Dono da sorveteria) - Caprichado ou não?
(Ego) - Claro que caprichado!
(Superego) - Mas...
(Ego) - Calado! O cara vai pensar que sou maluco, porra!
(Dono da sorveteria) - Você anda sumido!
30 minutos de papo furado...
(Ego) - Acabo de descobrir que um sorvete é muito melhor do que ir à academia!
(Superego) - É, mas...
(Ego) - Cara, agora não dá mais tempo, vou ter de ir para a aula!
(Superego) - Merda...

domingo, 7 de setembro de 2008

Supertramp e a angústia interior

Meu grande amigo (H) teve a seguinte conversa com uma amiga (S):
H: - Vai ter show do Supertramp! 600 reais a inteira...
S: - Mas você não me disse há 20 anos atrás que Supertramp era um lixo, na época em que eu adorava?
H: - Eu? Não me lembro!
S: - Disse sim! Só Rolling Stones prestava para você! Isso marcou a minha história musical...
H: - Ah! Devo ter dito mesmo! Mas falei que era uma "merda"!
S: - Você melhorou muito! Ficou um cara doce! Naquela época, você tinha uma angústia dentro de você!
H: - Porra! Esse negócio de angústia dentro de si é coisa de viado!
Eu: - Ah! Esse é o H. que eu conheço!!!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

As árvores e a vida


As árvores são uma metáfora da vida. Essa aí, por exemplo, nunca a tinha percebido, pois existe no meio de paineiras floridas. Mas, na época mais seca do ano, resiste bravamente e mostra suas folhas verdes e o tronco escuro, num bonito contraste, mostrando o amor pela umidade da chuva fora de época recentemente ocorrida. As paineiras, no entanto, sem folhas, sem flores, desaparecem...
Depois virão as chuvas e as paineiras terão sua folhas e suas flores de volta. Poucos notarão a árvore de tronco retorcido, que resistiu heroicamente à seca, emocionando os que quiseram admirá-la.
Assim como na vida, os que perserveram, que resistem aos momentos difíceis, nem sempre se destacam, mas com certeza são imprescindíveis. Mas antes que contestem, afirmo que a beleza tem sempre que existir, assim como a emoção de se observar algo bonito, em qualquer época, dependendo apenas dos olhos de quem vê. 
Essa é a minha árvore preferida, embora sempre me emocione com as flores das paineiras...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A estrada da vida






A vida é uma estrada, onde o infinito é a morte.
Olhar só para a frente, sem notar as árvores,
É mirar na morte, é perder  todas as curvas,
Negar os detalhes, anular as sensações.
O horizonte é a meta, mas o desvio.
Desvio da vida, rota da morte.
Não quero me esquecer de
Procurar as árvores,
Sentir o vento e a
Chuva porque
O asfalto e o
Tempo 
também 
Se esfarelam...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A natureba e a transgênica



O seguinte diálogo se passa entre duas irmãs que passeiam pela Avenida Paulista, sem destino, em férias...
- Sabe, não gosto de carne.
- Pois eu adoro uma picanha!
- Prefiro tofu, salada e outras coisas...
- E chocolate?
- Acho que não tenho nada contra o chocolate...
- Ah! Ainda bem. A vida ficaria meio chata, não?
- É uma questão de princípios: não como nada que foge! Assim, todo ser que foge, sente medo, tem a minha consideração!
- E o alface?
- Ah! O alface se oferece!
- Coisa nenhuma... O alface só não foge porque não consegue! É vida do mesmo jeito! É até mais covardia, pois ele não tem a menor chance de fugir, pois está preso!
- Vamos mudar de assunto?
- Tudo bem. Mas antes vamos comer alguma coisa?
- Acho que perdi a fome...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A bicuda do velho

Estava saindo do shopping. Parei atrás de outro carro e vi que a fila não andava. Do carro na minha frente saiu um senhor idoso, com mais de 70 anos seguramente. Como eu estava ouvindo o resto do jogo do Flamengo, desliguei o carro, já que não estava com pressa.
De repente, notei que o senhor estava discutindo com uma garota sentada no banco do passageiro do carro que estava trancando a fila. Pelo que eu entendi, a dona do carro parou no meio da passagem e foi calmamente ao caixa eletrônico, enquanto a fila de carros se formava. A garota no carro devia ter uns 17 anos, de óculos escuros, cabelo loiro pintado e mascava chiclete de boca aberta...
- Menina, faça o favor de chamar sua mãe para tirar o carro, pois estou com pressa e tem uma fila de carros atrás!
- Calma aê, minha mãe foi só tirar uma grana...
- Minha filha, estou com pressa e sua mãe não pode parar no meio da pista e ir ao caixa eletrônico!
- Seu velho nervoso! Espera, porra!
- Sua mal-educada!
- Vai à merda, seu velho babaca!
- Velho babaca é o que vai chutar o seu carro, sua nojenta!
E o senhor idoso deu uma "bicuda" na porta do carro que foi ouvida num raio de 50 metros! E a mãe folgada da adolescente mal-educada voltou correndo e tirou o carro da frente da fila...
E eu confesso que adorei a bicuda!
E quase gritei: "Gol do Flamengo!".